Faria Lima e Centrão abandonam o barco de Flávio Bolsonaro após erros do clã

Atualizado em 21 de dezembro de 2025 às 7:51
O pré-candidato à Presidência e senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O desgaste do capital político de Jair Bolsonaro e a falta de unidade do bolsonarismo criaram um cenário adverso para a candidatura de Flávio Bolsonaro em 2026. A prisão do ex-presidente não mobilizou apoiadores, enquanto o Centrão se aproximou de Tarcísio de Freitas, visto como opção mais competitiva. No mercado financeiro, a reação foi imediata: o lançamento da pré-candidatura de Flávio fez o dólar subir e a Bolsa cair, sinalizando rejeição do setor. As informações são do UOL.

A série de movimentos considerados desastrosos pelo clã Bolsonaro, somada às contradições nas campanhas pela anistia aos golpistas do 8 de Janeiro, isolou ainda mais o grupo. Interlocutores do Centrão afirmam que não pretendem sacrificar estratégias estaduais por um projeto nacional incerto, priorizando a eleição de deputados e senadores. Para empresários e banqueiros, Flávio não reúne condições mínimas de confiança.

Dentro do próprio PL, há preocupação com a influência de episódios recentes envolvendo a família. A atuação de Eduardo Bolsonaro contra exportações brasileiras e sua fuga do país ampliaram críticas internas e externas. Chamado de “camisa 10 do Lula”, o deputado passou a ser visto como responsável por desgastes econômicos e políticos, afastando setores da direita tradicional.

Michelle e Flávio Bolsonaro, candidato escolhido por Jair para disputar a Presidência

Michelle Bolsonaro também contribuiu para tensões internas ao criticar uma possível aliança com Ciro Gomes, o que gerou um mal-estar que se somou à disputa silenciosa sobre quem comandará o projeto político do clã em 2026. A situação se agravou com Carlos Bolsonaro, que atacou pré-candidatos de direita e rachou alianças estaduais, especialmente em Santa Catarina.

A prisão de Jair Bolsonaro, após tentar romper a tornozeleira eletrônica com solda, piorou o cenário. A imagem de um ex-presidente danificando o equipamento enfraqueceu a narrativa de perseguição usada por aliados e reduziu a capacidade de mobilização do grupo. Sem militância nas ruas, a detenção marcou um ponto de virada negativo na trajetória do bolsonarismo.