Faria Lima vê lado positivo do tarifaço de Trump; saiba qual

Atualizado em 21 de julho de 2025 às 7:49
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução

Apesar dos riscos econômicos do tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o Brasil, setores estratégicos da Faria Lima enxergam um efeito colateral positivo: o enfraquecimento político de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.

“Pelo menos o Eduardo Bolsonaro está fora da disputa de 2026”, afirmou um nome influente do mercado financeiro — avaliação repetida por gestores e banqueiros alinhados à possível candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Para esses agentes, o isolamento de Eduardo, autoexilado nos EUA desde março e alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), abre caminho para o governador de São Paulo se consolidar como o principal nome da direita na corrida presidencial.

A percepção é que, mesmo que volte ao país, o “bananinha” dificilmente escapará de uma eventual inelegibilidade. O distanciamento de Eduardo da cena política foi comemorado discretamente no centro financeiro, antes mesmo da operação da Polícia Federal (PF) contra Jair Bolsonaro (PL), autorizada na sexta-feira (18) pelo ministro Alexandre de Moraes.

Entre as medidas cautelares impostas ao ex-presidente está a proibição de contato com o próprio filho. A avaliação de parte do mercado é que o impacto político das sanções dos EUA, somado ao racha na direita, prejudica a capacidade de Bolsonaro de sustentar um herdeiro político em 2026 — especialmente alguém da própria família.

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Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Foto: Reprodução

O cenário, segundo essa visão, também dificulta a presença de Eduardo em uma eventual chapa com outros nomes da direita.

Tarcísio, que inicialmente elogiou o tarifaço de Trump e gerou desconforto entre empresários e o agronegócio, recuou e passou a defender negociações com Washington para barrar ou adiar a medida.

Enquanto aliados de Eduardo ainda apostam na pressão econômica como estratégia para forçar uma anistia a Bolsonaro, outra ala teme que os efeitos negativos fortaleçam a reeleição do presidente Lula (PT). Para o mercado, o enfraquecimento do clã Bolsonaro pode redesenhar a disputa presidencial — e a Faria Lima já começa a ajustar suas apostas.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), usa boné com o slogan trumpista “Fazer a América Grande de Novo”. Foto: Reprodução