“Farsa” ou “cura divina”?: líderes evangélicos se dividem sobre “pastor mirim”

Atualizado em 6 de maio de 2025 às 14:17
O “pastor mirim” Miguel Oliveira, de 15 anos. Foto: Reprodução

O “pastor mirim” Miguel Oliveira (15) têm dividido a opinião de evangélicos. Ele, que também é conhecido como “missionário” e “profeta”, tem despertado críticas dos religiosos e sido acusado de charlatanismo por promessas de cura divina.

O deputado federal bolsonarista Marco Feliciano (PL-SP) diz que começou suas pregações ainda menor de idade, mas critica a família do adolescente: “Se as pessoas fossem nos cultos que eu pregava e tirassem um recorte, iam me ver falando coisas de menino. Miguel precisa de ajuda, precisa de pessoas que não vivam para transformá-lo em negócio”.

Assim como o “pastor mirim”, Feliciano também é conhecido no meio evangélico por pregações que envolvem “línguas”, tidas na doutrina pentecostal como uma forma de manifestação dos dons do Espírito Santo. A crença não é compartilhada por evangélicos de outras denominações, como batistas e presbiterianos.

O pastor bolsonarista Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, classifica a atuação de Miguel como uma “farsa”. “Sou pentecostal e conheço o sobrenatural, mas isso é uma farsa. Lamentavelmente, o movimento pentecostal tem uma coisa que chamamos de ‘meninice’, que é acreditar em qualquer coisa que pareça vir de Deus”, afirma.

Os bolsonaristas Silas Malafaia e Marco Feliciano. Foto: REprodução

O adolescente já gerou repercussão por rasgar uma série de papéis diante de uma paciente com câncer e dizendo: “Filtra o sangue, cura a leucemia”. Ele também já disse que “recebeu um diagnóstico de não ter as cordas vocais e os tímpanos”, mas acordou “falando e ouvindo” após o terceiro aniversário e imediatamente começou a pregar.

Malafaia diz a declaração é uma “bobagem” e sugere que Miguel está sendo influenciado. “Ele está usando o transcendental para falar bobagem, dizendo que foi curado e não foi. Ele precisa ser ensinado, porque é o menor culpado nisso, e o povo evangélico precisa ter discernimento”, prosseguiu.

Na contramão dos religiosos, o ex-coach e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal diz estar conversando com o jovem e relata que está incentivado sua atuação. “Continua firme, vai fazer doidura (sic) maior. Teologia nunca vai ser consenso, nem dentro da Igreja Católica, nem da evangélica, nem em lugar nenhum”, disse ele em uma palestra no início de março.

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