
O advogado-geral da União, Jorge Messias, apontado como favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso, acompanhou o petista em um encontro com o bispo Samuel Ferreira, da Igreja Assembleia de Deus Madureira, nesta quinta-feira (17). O encontro, realizado em Brasília, reuniu também a ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, e o deputado federal Cezinha Madureira (PSD-SP).
Samuel Ferreira é um dos principais líderes evangélicos do país e foi um apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. Durante a campanha do segundo turno, levou o então presidente a um culto na sede da igreja no Brás, em São Paulo, evento marcado por discursos políticos e pedidos de votos, o que gerou críticas e questionamentos sobre o uso de templos religiosos para fins eleitorais.
Agora, a presença de Lula e de Messias no encontro sinaliza uma reaproximação do governo petista com setores evangélicos historicamente alinhados à direita.
Nas redes sociais, Lula descreveu a reunião como “especial, de emoção e fé”. “O pastor nos relatou o crescimento da igreja e o acolhimento aos fiéis. Pude reiterar a relação de respeito que tenho pela Assembleia de Deus e o relevante trabalho espiritual e social promovido pela igreja”, escreveu o presidente.
Recebi hoje em meu gabinete o bispo Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus de Madureira, que estava acompanhado do deputado federal Cezinha Madureira.
Um encontro especial, de emoção e fé, compartilhado com o advogado geral da União, @jorgemessiasagu e a ministra de Relações… pic.twitter.com/ByEyH5Oj97
— Lula (@LulaOficial) October 16, 2025
Ele também afirmou que o trabalho da instituição é “pautado em valores cristãos que também mobilizam as ações do nosso governo: respeito, fraternidade, comunhão e apoio às famílias”.
O bispo Samuel Ferreira entregou a Lula duas publicações simbólicas: a Bíblia do Culto do Ministro e a edição de ouro do Centenário de Glória da Igreja. A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, afirmou que os religiosos “oraram pelo Brasil e pelo presidente” durante o encontro.
O pastor Igor Nunes Ferreira, genro de Samuel, também participou da cerimônia. O gesto foi visto como parte do esforço do governo em reconstruir pontes com o eleitorado evangélico, importante base política que apoiou em massa o bolsonarismo nos últimos pleitos.