Fazendeiros que mataram indígena na BA tramaram ação criminosa pelo WhatsApp

Atualizado em 22 de janeiro de 2024 às 15:20
Cerca de 200 fazendeiros se organizaram por meio do WhatsApp. Foto: Reprodução

A ação de fazendeiros que resultou na morte de uma indígena na Bahia neste domingo (21) foi organizada em um grupo de WhatsApp, segundo o Ministério dos Povos Indígenas. A pasta afirma que cerca de 200 pessoas se mobilizaram por meio do aplicativo de mensagens para tentar recuperar a posse de uma propriedade sem decisão judicial.

Os ruralistas cercaram os indígenas com dezenas de caminhonetes e a ação para retirá-los da terra, que foi ocupada no último sábado (20), foi intitulada “Invasão Zero”. No grupo de WhatsApp, os fazendeiros diziam que a ação seria “ordeira e pacífica”.

Ação foi organizada por meio de grupo no WhatsApp. Foto: Reprodução

A indígena morta foi Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó: ela chegou sem vida à Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Potiraguá. seu irmão, Nailton Muniz Pataxó, foi baleado no rim e submetido a cirurgia no Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga.

Entre os feridos, uma mulher teve o braço quebrado, e outras pessoas feridas foram hospitalizadas, sem risco de vida. Um agricultor foi atingido por uma flecha no braço, mas está em condição estável.

Segundo Manoel Muniz, irmão de Fátima e Nailton, os fazendeiros “chegaram atirando”. “Na confusão, quem conseguiu fugiu. Meu filho e minha neta estão entre os que ainda não apareceram”, relatou.

Dois agricultores foram capturados e presos em flagrante. Quatro armas de fogo foram apreendidas e encaminhadas ao Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link