No dia 8 de julho, o arquiteto Felipe Prior foi condenado a seis anos de prisão por estupro, mas ele tem o direito de recorrer em liberdade. Conhecido por sua participação no programa Big Brother Brasil em 2020, Prior agora enfrenta as consequências legais de suas ações.
A vítima
Em uma entrevista exclusiva concedida ao programa Fantástico, a mulher que denunciou Felipe Prior pelo crime de estupro compartilhou detalhes daquela noite terrível que jamais esquecerá. Com coragem, ela decidiu dar voz à sua experiência traumática, na esperança de ajudar outras vítimas e acabar com o ciclo de abuso.
Na época do incidente, a mulher tinha 22 anos e estudava arquitetura em uma universidade particular de São Paulo. Ela relata que o contato com Felipe Prior foi estabelecido através de uma colega de sala, que também estudava na Zona Norte da cidade. Com a proximidade geográfica, surgiu a ideia de compartilhar caronas pagas entre os colegas.
O #Fantástico conversou com exclusividade com a mulher que o denunciou pelo crime. Ela conta em detalhes a madrugada de horror. pic.twitter.com/rqF6oZlglW
— Fantástico (@showdavida) July 17, 2023
O estupro e o horror
Após uma festa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, na madrugada do dia 8 de agosto de 2014, a vítima encontrou Felipe Prior, que ofereceu uma carona. Durante o trajeto, Prior parou o carro no meio da rua e começou a abusar sexualmente da mulher. Mesmo diante dos seus pedidos para parar, ele se tornou cada vez mais agressivo, causando dor intensa e deixando marcas físicas e emocionais.
“Começou a tirar minha roupa. E, à medida que as coisas iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo. Eu falei: ‘Felipe, eu não quero’”, relembra a vítima. “Eu comecei a tentar resistir fisicamente e ele começou a puxar meu cabelo. Começava a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Começou a forçar a penetração. (…) Foi bem doloroso. Eu gritei. Começou a sair muito sangue”
Após o estupro, o agressor perguntou à vítima se ela gostaria de ir ao hospital ao perceber o sangramento. No entanto, ela só queria retornar para sua casa. Ao chegar, ela foi direto para o banheiro, onde tentou estancar o sangue sozinha, mas sua pressão arterial estava muito baixa. Ela precisou acordar a mãe e pedir ajuda. No hospital, as lesões foram confirmadas pela médica que a atendeu.
O desejo de ajudar outras vítimas
Inicialmente, a vítima pediu para Prior não contar a ninguém sobre o ocorrido, temendo o estigma e o julgamento social. Contudo, anos depois, ela decidiu enfrentar a situação novamente, buscando justiça e almejando ajudar outras mulheres vítimas de abuso. Sua coragem em compartilhar sua história visa encorajar outras vítimas a se posicionarem e combaterem essa realidade dolorosa.
A revista Marie Claire trouxe o caso a público em abril de 2020, após a saída de Felipe Prior do programa Big Brother Brasil. O arquiteto afirmou ser inocente e pretende recorrer da decisão. Em uma publicação nas redes sociais, com limitação de comentários, ele reafirmou sua inocência e recebeu apoio de seus seguidores.