Festa de Neymar deve infectar milhares com covid-19, como ocorreu com reunião de empresa nos EUA

Atualizado em 29 de dezembro de 2020 às 12:42
Neymar fazendo o que mais gosta

Neymar está sendo massacrado por dar uma festa de Réveillon para 500 pessoas.

Não é à toa.

Em meio à pandemia do coronavírus, o jogador do PSG alugou uma mansão em Mangaratiba para um festival com show de Léo Santana, Ludmila, Grupo Menos é Mais, Harmonia do Samba e Wesley Safadão, entre outros.

O custo total do evento, que começou no sábado (26) e deve ir até o dia 1 de janeiro, é de R$ 4 milhões.

Apesar de todos os protestos, Neymar não desistiu da ideia. Após repercussão negativa, a assessoria do craque afirmou que foram chamadas “apenas 150” pessoas.

A questão vai muito além do número de convidados.

Nos dias 26 e 27 de fevereiro, 175 executivos da farmacêutica Biogen organizaram uma conferência em Boston. Funcionários da empresa saíram de várias cidades nos Estados Unidos e no mundo para se reunir com seus colegas.

Todos se cumprimentavam com abraços e apertos de mão e comiam juntos no restaurante do luxuoso hotel Marriott.

Eles estiveram lá por dois dias, acompanhando seminários sobre o futuro da multinacional de biotecnologia com sede em Cambridge, que desenvolve terapias para doenças neurológicas.

Pouco tempo depois, a conferência foi identificada como o epicentro de um surto de Covid-19 em Massachusetts, com 70 das 92 infecções por coronavírus no estado ligadas ao evento, incluindo funcionários e aqueles que entraram em contato com eles.

O vírus percorreu esta convenção de dois dias em uma velocidade assustadora. Enquanto as autoridades de saúde pública em uma das principais comunidades médicas do país tentavam ligar os pontos, dezenas de funcionários da Biogen desenvolviam sintomas da doença.

Naquela época, os Estados Unidos haviam registrado apenas 30 casos.

Segundo o New York Times, uma nova análise sobre a reunião concluiu que as cepas de coronavírus disseminadas no hotel em Boston já migraram para o mundo todo, infectando cerca de 245.000 americanos – e potencialmente até 300.000 – no final de outubro.

Pelo menos 29 estados foram contaminados pelo vírus, que também foi encontrado na Austrália, Suécia e Eslováquia.

Com os índices de infecção e mortalidade por Covid-19 em alta no Brasil, o potencial de disseminação aumenta a cada dia.

Mas Neymar está pouco se lixando para isso.

A festa promovida pelo jogador pode ter o mesmo efeito devastador da conferência da Biogen, mas ele não liga.

O que ele quer mesmo é curtir a noite com seus parças, não importa a hora e o lugar.

Nesse que se anuncia como o pior momento da pandemia no país, o egoísmo de Neymar representa um verdadeiro perigo para a saúde pública.