FHC quer usar eventual vitória de Covas em SP para isolar Doria e filiar Luciano Huck ao PSDB

Atualizado em 18 de novembro de 2020 às 19:10
Bruno Covas vota com FHC no 1º turno em SP

Luciano Huck virou peça importante no tabuleiro eleitoral de São Paulo.

O apresentador da Globo é parte central de um plano idealizado pelo ex-presidente  Fernando Henrique Cardoso em caso de reeleição do tucano Bruno Covas.

A ideia é atrair Huck para o partido, isolar o governador João Doria e lançar o apresentador à presidência em 2022 pelo consórcio PSDB-DEM.

No comando de campanha de Bruno, não há quem esconda o distanciamento de Doria. O governador também não faz questão de manter as aparências, já que nunca confiou no ex-vice e atual candidato à reeleição.

Doria não participa dos eventos de campanha, não é chamado para opinar e há quem diga que torce pela derrota de Bruno. Fortalecer o prefeito neste momento seria pavimentar o caminho para Huck dentro do partido.

A estratégia idealizada por FHC é capitaneada por Aloysio Nunes. É o ex-senador quem dá as diretrizes e faz a articulação com lideranças nacionais do partido e também com o comando do DEM.

Os tucanos, nem por um segundo trabalham com a ideia de Bruno não sair vitorioso contra Boulos neste segundo turno.

As conversas internas se sustentam em análises conjunturais de como seria o novo governo, o afastamento de Doria e a melhor maneira de apresentar Huck como a tábua de salvação do tucanato no plano nacional.

Nesta terça, saiu a primeira pesquisa de segundo turno do Ibope, mostrando que está diminuindo a margem de Bruno para Boulos.

O tucano agora tem 47% das intenções de voto contra 35% do candidato do PSOL.