
A professora Melina Fachin, diretora do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, foi alvo de agressão verbal e cuspe dentro do campus na última sexta-feira (12/9). O autor, ainda não identificado, chamou a docente de “lixo comunista”.
O ataque foi confirmado em comunicado pelo advogado Marcos Gonçalves, esposo de Melina. Segundo ele, um homem branco abordou a professora no campus, a insultou e cuspiu em sua direção. O texto responsabilizou a escalada do discurso de ódio por atos de violência política registrados no país.
O advogado também relacionou o episódio a recentes tumultos ocorridos na própria universidade. Na semana anterior, estudantes bloquearam o acesso ao prédio de direito para impedir um evento organizado por apoiadores de Jair Bolsonaro, intitulado “Como o STF tem alterado a interpretação constitucional?”.
A atividade, marcada para a semana do julgamento de Bolsonaro e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado, acabou cancelada pela administração da UFPR. Ainda assim, o vereador Guilherme Kilter (Novo-PR) e o advogado Jeffrey Chiquini tentaram entrar no local, gerando confronto.
🚨 Processei a filha do Fachin e o reitor da UFPR. Não vou recuar um milímetro! pic.twitter.com/Jjq6PFVt8l
— Guilherme Kilter (@guikilter) September 12, 2025
Em nota, o Setor de Ciências Jurídicas relatou que, mesmo após o cancelamento e a ordem para não ingressarem no prédio, os organizadores insistiram em forçar a entrada. O comunicado também criticou a presença de forças de segurança pública dentro do espaço acadêmico sem solicitação institucional.
Na ocasião, Melina Fachin não estava presente no prédio. Apesar disso, o vereador Guilherme Kilter notificou judicialmente a professora e o reitor da universidade, Marcos Sfair Sunye, para que prestem esclarecimentos sobre a decisão de cancelar o evento.
URGENTE: enquanto eu era mantido em cárcere privado dentro da UFPR, a filha do Fachin, que é diretora da faculdade, apoiava os militantes que impediram que um evento democrático do curso de Direito ocorresse. pic.twitter.com/1dWsAXo0tx
— Jeffrey Chiquini (@JeffreyChiquini) September 10, 2025
O episódio da sexta-feira (12) intensificou a preocupação com a segurança de docentes e estudantes. Nas redes sociais, mensagens de solidariedade a Melina foram compartilhadas por juristas e entidades ligadas à defesa da democracia.