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Filha de general: Quem é a mulher que investiu com taco de beisebol e bandeira dos EUA contra democratas na Paulista

A mulher bolsonarista que foi à avenida Paulista com um taco de beisebol para enfrentar os manifestantes pró-democracia se chama Cristina Rocha.

Ela usava na boca um lenço com as cores da bandeira dos Estados Unidos e foi escoltada por policiais de volta ao grupo de bolsonaristas.

Um PM a abordou com toda delicadeza, e perguntou: “Como a senhora se chama?

— Cristina. Meu pai era general do Exército. Eu sou amiga de Eduardo Villas-Bôas (ex-comandante do Exército, um dos articuladores da campanha de Bolsonaro à presidência da República).

Como se sabe disso?

A própria Cristina fez uma transmissão ao vivo por sua rede social, o que prova que ela mentiu numa postagem seguinte, quando, desmentindo a CNN, falou que não tinha sido presa e que, se não fosse a polícia, teria sido espancada pelos manifestantes pró-democacia.

O vídeo mostra manifestantes dizendo a ela: “A senhora é louca? Com a bandeira americana…”.

Cristina ri. E no diálogo com o policial, diz que não podiam ter medo. Ele responde que não era medo e pede que ela colabore para que eles façam o trabalho deles (atirar bombas contra os manifestantes pró-democracia).

Depois, em outro vídeo que ela mesma postou, contou que correu risco de vida. Mentira. Nesse outro vídeo, disse que não foi presa, ao contrário do que noticiara a CNN, mas escoltada.

“Quer dizer que eu fui presa? Não, fui escoltada. Se não, eu ia morrer”. Mentirosa. Sua própria gravação mostra o contrário

O caso de Cristina Rocha mostra o desequilíbrio da ação da PM hoje na Paulista.

Com taco de beisebol, ela foi até os manifestantes pró-democracia, com nítido propósito de causar confusão. Antes disso, já tinha postado no Facebook mensagens muito agressivas contra o STF — Celso de Mello especificamente — e contra os manifestantes na Paulista.

Tivesse a PM de São Paulo agido como polícia do Estado e não tropa bolsonarista, ela estaria presa.

Em vez disso, como mostrou em suas postagens na rede social, comemorava a truculência da PM de São Paulo contra os manifestantes a favor da democracia.

E segurava uma placa: “Bolsonaro.”

Ela também gravou seus colegas gritando “Viva a PM”.

.x.x.x.x.

Veja os vídeos que ela postou e tire suas próprias conclusões:

A Sra. Marcia Cristina de Araújo Rocha, exercendo seu direito de resposta, indicou que não concorda com os fatos e opiniões externados nessa matéria, indicando ainda que o quanto noticiado “não compactua, não concorda, nem apoia nenhuma ideologia ou atos de racismo, xenofobia, ou discriminação de qualquer tipo que seja”.

Joaquim de Carvalho

Jornalista, com passagem pela Veja, Jornal Nacional, entre outros. joaquimgilfilho@gmail.com

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