
Roberta Jersyka Oliveira Brasil Soares, ex-aluna de medicina da USP, está foragida há 19 meses. Ela foi condenada a 14 anos de prisão pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes, em Brasília. A decisão foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal em abril de 2024.
De acordo com a Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas do Ceará, Roberta rompeu a tornozeleira eletrônica em 25 de maio de 2024, pouco mais de um mês após a condenação. Desde então, não voltou a se apresentar à Justiça, descumprindo condição imposta pelo ministro Alexandre de Moraes quando concedeu liberdade provisória em agosto de 2023.
Em ofício enviado ao STF no início de 2025, a Justiça cearense informou que o descumprimento “persiste até a presente data” e que o nome de Roberta aparece como “procurada” no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). A ex-estudante integra o grupo que deixou o país rumo à Argentina, e sua própria defesa comunicou à Corte ter perdido contato com a cliente.

Prisão em 8 de janeiro e processo no STF
Natural de Fortaleza (CE) e formada em engenharia, Roberta mudou-se para São Paulo em 2020 após aprovação em medicina na USP. Filha de segundo-tenente do Exército, viajou a Brasília em janeiro de 2023 para os atos convocados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que contestavam o resultado eleitoral de 2022.
Em 8 de janeiro de 2023, Roberta foi presa em flagrante dentro do Congresso Nacional. Segundo os autos, ela estava ajoelhada no momento da abordagem da Polícia do Senado. Imagens de câmeras de segurança registraram a presença no local e foram anexadas ao inquérito. Após a prisão, o curso de medicina na USP foi trancado.
Na denúncia apresentada ao STF, a Procuradoria-Geral da República afirmou que Roberta acessou as galerias do Congresso e estaria “participando ativamente” com outros envolvidos na destruição de mobiliário. A PGR imputou os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada e deterioração de patrimônio tombado.