
O vereador Jair Renan Bolsonaro (PL) apresentou na última quinta-feira (25) uma proposta para mudar o nome de uma rua de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, para “Rua Estados Unidos – Charlie Kirk”. A homenagem visa o influenciador político estadunidense de extrema-direita, fundador da organização conservadora Turning Point USA, que foi assassinado há duas semanas durante um evento em uma universidade.
A iniciativa do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro replica uma ideia semelhante já protocolada na Câmara Municipal de São Paulo.
Charlie Kirk, morto aos 31 anos, tornou-se uma bandeira para apoiadores do ex-presidente Donald Trump, que politizaram seu assassinato para intensificar críticas contra setores progressistas.
Fundador da Turning Point USA em 2012, Kirk consolidou-se como uma das principais vozes da base jovem de Trump, pregando bandeiras conservadoras em universidades e combatendo o que ele classificava como marxismo e “ideologia de gênero”. Sua morte, conforme descrita na justificativa do projeto paulistano, foi “um ataque nitidamente motivado por ódio político, que abalou não apenas os Estados Unidos, mas todo o mundo democrático”.

A proposta de Jair Renan, no entanto, esbarra no regimento interno da Câmara Municipal de Balneário Camboriú. De acordo com as normas locais, propostas para alterar a nomenclatura de logradouros públicos devem, por praxe, ser iniciadas por associações de moradores e precisam do apoio de pelo menos sete vereadores para tramitar. Nenhum desses requisitos foi cumprido pelo vereador até o momento.
Desde o início de seu mandato, Jair Renan Bolsonaro não conseguiu aprovar nenhum dos projetos que apresentou. Sua única vitória legislativa foi a aprovação de uma moção de repúdio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Rua Charlie Kirk em SP?
O projeto de lei protocolado em São Paulo pelo vereador Lucas Pavanato (PL) busca renomear a Rua Estados Unidos, localizada no bairro dos Jardins, para “Estados Unidos – Charlie Kirk”.
Em sua justificativa, Pavanato afirma que “a violência que tirou a vida de Charlie Kirk não atingiu apenas um homem, mas um símbolo de luta contra a intimidação ideológica e contra a erosão da liberdade”. Kirk foi baleado no pescoço durante um debate com estudantes na Utah Valley University e não resistiu aos ferimentos após passar por cirurgia.
A trajetória de Kirk foi marcada por declarações racistas, xenófobas e principalmente homofóbicas. Ele chegou a defender publicamente que “vale a pena ter um custo de, infelizmente, algumas mortes por armas de fogo todos os anos para que possamos ter a Segunda Emenda [da Constituição norte-americana, que garante o direito individual de manter e portar armas]”.
Sua organização, a Turning Point USA, ganhou notoriedade ao promover eventos conservadores em campi universitários, frequentemente gerando confrontos com grupos de esquerda.