
Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), usaram as redes sociais nesta segunda (13) para protestar contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve a prisão domiciliar do pai. O ministro acatou parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) e negou o pedido da defesa.
Carlos chamou a decisão de “grave violação” e disse que a manutenção da prisão e das medidas cautelares é “indefensável”. “A manutenção de cautelares severas contra um indivíduo que não foi denunciado após a conclusão de um inquérito é indefensável”, escreveu no X.
O pedido da defesa foi apresentado pela defesa de Bolsonaro em 23 de setembro, após denúncia da PGR contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pela articulação golpista nos Estados Unidos, que não incluiu o ex-presidente.
Os advogados de Bolsonaro alegaram que não existia motivo para manter as restrições. Carlos segue a mesma narrativa. “Sem acusação, os fundamentos que justificariam as restrições cessam. Insistir nessas medidas representa mais graves violações. Mas é contra Bolsonaro! Então pode tudo e o silêncio reinará absoluto”, prosseguiu.
Fingir normalidade nesse momento é mais uma prova diária que o que menos importa é a liberdade e a democracia, mas a permissão do sistema para se colocar como “oposição”.
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) October 13, 2025
Flávio também se manifestou. Chamando o pai de “refém”, senador compartilhou uma imagem de Bolsonaro com as frases “Libertem Bolsonaro” e “70 dias preso e 21 dias sem denúncia”, em referência ao tempo decorrido desde o pedido de prisão e às denúncias apresentadas pela PGR no âmbito do inquérito por coação.
“Vamos continuar lutando pela liberdade deste refém, o melhor Presidente da história do Brasil”, escreveu.
Vamos continuar lutando pela liberdade deste refém, o melhor Presidente da história do Brasil @jairbolsonaro ! pic.twitter.com/wUKT0HZ7iV
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) October 13, 2025
O ex-presidente está em prisão domiciliar desde agosto por descumprir medidas cautelares em uma investigação que apura tentativa de obstrução ao julgamento da trama golpista. O inquérito teve como base a articulação golpista de Eduardo e a Corte apontou Bolsonaro como principal beneficiário do movimento.
Eduardo e o blogueiro Paulo Figueiredo já foram denunciados pela PGR, acusados de articular sanções econômicas e políticas contra o Brasil com o objetivo de constranger a Corte e interferir nas condenações relacionadas ao 8 de janeiro.
Na decisão que manteve as restrições, Alexandre de Moraes argumentou que as medidas cautelares continuam “necessárias e adequadas”, citando “fundado receio de fuga do réu” e “reiterados descumprimentos das medidas cautelares”.
O ministro também lembrou que Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, em regime inicial fechado, no processo da trama golpista.