Fim da gratuidade do transporte em SP bate de frente com o drama dos idosos em meio à pandemia

Atualizado em 23 de dezembro de 2020 às 22:07
Robervaldo Rocha/Câmara de Manaus

No mesmo dia em que Bruno Covas, prefeito de São Paulo, e João Doria, governador do Estado, decidiram cortar a gratuidade para idosos com mais de 60 anos no transporte público, dados do Ministério da Economia indicaram que os mais velhos, além de perder em mobilidade, também perderam em oportunidades de emprego.

Em agosto, foram geradas 263,7 mil vagas com carteira para quem tem abaixo de 60 anos e eliminadas 14,3 mil entre os mais velhos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do

A mudança deve ocorrer a partir do dia 1.º de janeiro.

Enquanto o desemprego de idosos é decorrente do preconceito de idade, que foi agravado pela Covid-19 por conta da letalidade maior à doença — 75% dos óbitos acontecem entre quem tem 70 anos ou mais —, sendo vistos pelo mercado de trabalho como vulneráveis e mais suscetíveis a afastamentos.

Ou seja, retirar o transporte gratuito dos idosos é mais um passo no caminho da exclusão e da promoção da pobre e da desigualdade.

Por fim, bom lembrar que Bruno Covas ganhou de presente da mesma Câmara de Vereadores que retirou o direito dos idosos, um aumento no  R$ 10 mil de salário – vai saltar de R$ 24 mil para R$ 35 mil.

Complementando o saco de maldades, Doria mandou cobrar desses passageiros os bilhetes para circular de metrô e de trem.