
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, em entrevista à Folha de S.Paulo, que apenas uma derrota do presidente Lula (PT) em 2026 pode livrar seu pai, Jair Bolsonaro (PL), da prisão. Ele também deixou claro que não pretende desistir de sua candidatura à Presidência para favorecer o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Confira:
O sr. colocou em dúvida sua candidatura ao dizer que tinha um preço para desistir, que seria Bolsonaro nas urnas. É irreversível ou tem um preço?
É irreversível. Minha candidatura não está à venda. A condição para isso é o presidente Bolsonaro livre e nas urnas. A única possibilidade de o Flávio Bolsonaro não ser candidato é o candidato ser o Jair Messias Bolsonaro. Não tenho preço. (…)
Tem alguma circunstância em que o Tarcísio possa ser o candidato?
Tem que perguntar a ele. Ele sempre disse que estaria comigo, como me falou quando fui conversar com ele na sexta-feira. Confio nele, é um cara do bem, sempre foi transparente e leal. Acho que não tem um cenário de eu ser candidato e ele ser. Seria uma ignorância muito grande, e ignorante é tudo o que o Tarcísio não é. É um cara que eu não tenho dúvida: a gente vai estar junto. Eu vou subir no palanque dele para governador de São Paulo, ele vai me ajudar na candidatura à Presidência. (…)
Se o Congresso aprovar anistia, mas mantiver a inelegibilidade, o sr. volta atrás na candidatura?
Isso não está na mesa. Com esse projeto que eles querem entubar no Congresso, Bolsonaro vai ficar mais dois anos preso. Em mais dois anos, já tem presidente e Congresso novo, não preciso mais desse projeto. Eu não vou mais ficar entubando historinha, vaselina para lá e para cá, como se tivesse possibilidade de fazer alguma composição. As coisas não vão se resolver daqui até as próximas eleições.
Tanto faz então se o Congresso votar ou não a anistia?
Se votar anistia total, que coloque Bolsonaro e outras centenas livres, e Bolsonaro nas urnas, não sou candidato. É meu sonho, inclusive. Minha candidatura está colocada a não ser que Bolsonaro fale: “Não vai ser você, vai ser o João”. Aí é decisão dele. Não acho que vai acontecer nem uma coisa, nem outra, infelizmente.
Isso não é uma espécie de chantagem?
Nós temos o direito de definir qual vai ser o nome que vai simbolizar a continuidade deste movimento que Bolsonaro inaugurou. Ele tem o direito de escolher e é direito dos outros partidos lançar outros nomes. Eu sou obrigado a ir com os outros partidos, porque eles acham que a pesquisa fala que é melhor A, B ou C? Não.
O que é mais importante para o sr., tirar seu pai da prisão ou não reeleger o Lula?
Acho que não reeleger Lula é o que vai salvar o Brasil e vai salvar o meu pai da prisão. (…)