Flávio Bolsonaro deve pagar acordo para “calar a boca” de ex-sócio em loja de chocolates

Atualizado em 11 de novembro de 2023 às 9:09
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em sua antiga loja de chocolates. Foto: reprodução

O embate entre o senador Flávio Bolsonaro e seu ex-sócio Alexandre Santini ganha novos contornos com o processo movido pelo empresário na Justiça do Distrito Federal, exigindo o pagamento de um “acerto de contas” no valor de quase R$ 1,5 milhão.

A história, que teve seu início na sociedade entre os dois na loja de chocolates Kopenhagen, localizada no Rio de Janeiro, agora toma um rumo judicial após investigações do Ministério Público fluminense relacionarem a loja a atividades suspeitas no caso das rachadinhas.

O ex-sócio, segundo informações do Metrópoles, possui informações comprometedoras sobre Flávio, ameaçando expô-las publicamente. O processo em questão destaca a complexidade das relações entre ambos, envolvendo não apenas questões financeiras, mas também segredos que Santini afirma poderem resultar na prisão do senador.

Conforme relatos, pessoas próximas a Flávio sugeriram que um acordo seria a melhor saída para evitar uma exposição pública desfavorável. A recomendação para o senador é clara: “Alguma coisa ele vai ter que pagar para o ex-sócio.”

As tensões entre Flávio e Santini têm origem na sociedade que mantiveram na loja de chocolates, a Bolsotini Chocolates e Café Ltda, vendida em 2020 após o senador ser denunciado no caso das rachadinhas. O episódio ganhou destaque quando investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro apontaram para possíveis atividades de lavagem de dinheiro relacionadas à loja.

Flávio, Jair Bolsonaro e Alexandre Santini. Foto: reprodução

Segundo Santini, o filho do ex-presidente teria utilizado a quantia de R$ 200 mil em dinheiro vivo para a abertura da loja de chocolates. Ele também alega que o “01” concentrou os lucros da loja e que, de 2015 a 2019, o senador teria recebido R$ 619,9 mil em dinheiro vivo da franquia, sem declarar à Receita.

O ex-sócio busca na Justiça o pagamento de R$ 876,8 mil, referentes à suposta distribuição desigual dos lucros, além de R$ 172,7 mil relacionados à diferença na venda do negócio e R$ 423,8 mil referentes a despesas que teriam sido pagas a mais pelo empresário.

Em meio a essa disputa, Santini não hesitou em lançar ameaças públicas. O ex-sócio afirmou conhecer segredos que poderiam levar Flávio à prisão, envolvendo desde mesadas para Fabrício Queiroz até indícios de tráfico de influência no governo de Jair Bolsonaro. Santini, ao utilizar as redes sociais, insinuou que Flávio poderia enfrentar graves consequências legais.

O senador, por sua vez, recebeu uma notificação extrajudicial sobre o processo, mas optou por não responder, levando Santini a judicializar a ação de cobrança. O ex-sócio afirma que ficou no prejuízo financeiro ao abrir a loja de chocolates com Flávio Bolsonaro e agora busca uma compensação de R$ 1.473.344,46.

Em um movimento recente, Santini protocolou uma reclamação pré-processual na Justiça de Brasília, reforçando os mesmos argumentos e números presentes na notificação extrajudicial. Até o momento, não houve resposta do senador.

As revelações de Santini, caso sejam feitas de forma pública, têm potencial para impactar não apenas a carreira política de Flávio Bolsonaro, mas também lançar luz sobre eventos controversos, como o escândalo das rachadinhas e possíveis irregularidades financeiras.

Este embate judicial entre Flávio Bolsonaro e seu ex-sócio promete continuar atraindo a atenção pública, revelando detalhes desconhecidos até então sobre as relações no universo político e empresarial.

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