
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a delação do tenente-coronel Mauro Cid se deu num cenário de “semitorturas”. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) disse às autoridades que o ex-capitão teria buscado o aval das Forças Armadas para um golpe de Estado, e que a Marinha teria concordado com tal ação.
“Ele está falando coisas num ambiente de semitorturas: preso injustamente, separado da esposa, das filhas, do pai. Uma pessoa nesse estágio dele pode falar o que tem e, o que eu acho que é o caso, até o que não tem”, disse o filho “01” do ex-presidente ao jornal Valor Econômico.
Flávio também expressou dificuldade em acreditar nas alegações de Cid, ressaltando que, durante os quatro anos do governo Bolsonaro, nunca teve conhecimento de tentativas de desrespeitar a Constituição.
O parlamentar ainda enfatizou que o militar sempre foi próximo e leal a seu pai, e que não acredita que ele tomaria medidas extremas para prejudicar o presidente. “Não acredito de forma alguma que vai cometer alguma insanidade para prejudicar o Bolsonaro e se safar. Não tem nada que desabone a percepção que tenho sobre o Cid”, afirmou.
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O senador também criticou a possível indicação do atual ministro da Justiça, Flávio Dino, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Para mim, o Flávio Dino é boi de piranha, não será indicado pelo Lula porque ele sabe que teria muita dificuldade para passar no Senado. É uma pessoa extremamente arrogante, debochada, que muitos senadores da própria esquerda não só não votariam, como trabalhariam contra a indicação, e nós da direita nem se fala”, disse.
“Espero que [o próximo ministro] seja uma pessoa minimamente razoável, que não persiga a política, que não use o aparato público para perseguir opositores políticos e respeite a Constituição.”
Vale destacar que o próprio Bolsonaro enfrentou acusações de usar o Estado para prejudicar adversários ou obter vantagens políticas, como no caso das blitze da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno da eleição do ano passado.