Flávio Bolsonaro é detonado por comparar presos do 8/1 aos mortos do Holocausto

Atualizado em 27 de setembro de 2023 às 1:32
Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Foto: Reprodução

Nesta terça-feira (26), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) comparou os golpistas presos nos atos de vandalismo de 8 de janeiro com as vítimas do holocausto. O discurso do senador ocorreu durante os depoimentos do General Augusto Heleno na CPMI que investiga os crimes do 8/1.

Segundo o senador, a condução dos presos em 8 de janeiro para ônibus com destino às penitenciárias assemelha-se aos episódios dos prisioneiros dos campos de concentração. Para Flávio, eles eram assassinados pelos nazistas após a falsa promessa de que seriam levados aos trens para retornarem às suas casas, assim como os vândalos foram presos após supostamente serem informados que os ônibus tinham como destino suas respectivas cidades.

Os comentários do filho do ex-presidente repercutiram negativamente na comunidade judaica. O Instituto Brasil-Israel publicou uma nota em suas redes sociais criticando as falas do senador. O comunicado afirma que o discurso do político é um episódio clássico da banalização que ocorre com as vítimas do holocausto. O instituto conta também que o conteúdo das declarações é ofensivo e fere a memória das vítimas.

Veja o discurso do senador:

Confira a nota publicada pelo Instituto Brasil-Israel:

“A declaração feita hoje por Flávio Bolsonaro em que compara vítimas do Holocausto aos depredadores de Brasília é um caso clássico de banalização do Holocausto.

Flávio decide entrar em resoluções assustadoras, sendo desrespeitoso e ofensivo com a memória. Fala de mulheres grávidas e crianças a caminho da câmara de gás e dos crematórios nazistas para compará-los aos infratores condenados pelo vandalismo em Brasília.

Ao contrário dos detidos e presos por crimes em Brasília, as vítimas dos nazistas não cometeram crime algum, e foram exterminadas em razão de sua identidade religiosa, nacional, sexual ou política.

Por fim, Flávio Bolsonaro afirma ter visitado o Museu do Holocausto em Jerusalém, o que o legitimaria a fazer tais comentários. Mais uma distorção negacionista que fere a memória das vítimas.”

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