
Flávio Bolsonaro (PL-SP) intensificou a retórica golpista ao exaltar o vice-premiê da Itália, Matteo Salvini, figura da extrema-direita europeia conhecido por declarações de simpatia ao regime fascista de Benito Mussolini. O filho do ex-presidente compartilhou nas redes sociais uma postagem de Salvini que sugere um complô internacional contra líderes conservadores, mencionando diretamente Jair Bolsonaro, Marine Le Pen, Viktor Orbán e o partido alemão AfD. Flávio aproveitou para defender uma união global da direita contra o que chama de “tirania da extrema-esquerda”.
Na mensagem original, publicada por Salvini no X, o italiano afirmou: “Bolsonaro em prisão domiciliar, Le Pen condenada, eleições romenas fraudadas, Orbán chantageado e o principal partido político da Alemanha praticamente proibido. Parece-me que há uma clara orquestração ao estilo de Soros. Eu não ficaria surpreso se houvesse um complô por trás do ataque judicial contra todas as forças detestadas pelas finanças internacionais. De qualquer forma, não nos assustemos”.
Flávio Bolsonaro respondeu a Salvini dizendo: “Prezado Salvini, este é o momento em que todos nós, defensores das liberdades e da democracia, precisamos estar unidos contra a tirania e a extrema-esquerda. Que Deus continue nos dando sabedoria, força e coragem para levar prosperidade e dias melhores para nossas nações!”.
🇮🇹 Caro @matteosalvinimi , questo è il momento in cui tutti noi, difensori della libertà e della democrazia, dobbiamo unirci contro la tirannia e l'estrema sinistra. Che Dio continui a darci saggezza, forza e coraggio per portare prosperità e giorni migliori alle nostre nazioni!… https://t.co/H0TRU8iQuL
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) July 20, 2025
A publicação ocorre no momento em que Jair Bolsonaro cumpre recolhimento domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica, com restrições a contatos internacionais e a seus próprios filhos investigados, por suspeita de articulações golpistas.
O gesto de Flávio amplia o alinhamento entre o bolsonarismo e líderes fascistas europeus, num movimento internacional que busca descredibilizar instituições democráticas, o sistema de justiça e investigações que apuram crimes e conspirações.
Salvini, líder do partido Liga, é alvo de críticas por defender deportações em massa de imigrantes, por promover políticas xenofóbicas e por ter declarado que o regime de Mussolini teve “aspectos positivos”. Já em 2018, após o atentado contra Bolsonaro durante a campanha, Salvini desejou que o então candidato se recuperasse logo e fosse eleito presidente do Brasil.

O avanço dessas conexões entre extrema-direita brasileira e europeia acontece em paralelo ao endurecimento das sanções impostas pelo governo de Donald Trump ao Brasil, também em retaliação às investigações contra Bolsonaro.