
A viagem de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Europa, confirmada por sua assessoria, repercutiu fortemente nas redes sociais e no meio político. O senador deixou o Brasil na quinta-feira (17), um dia antes de a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ausência do senador durante a operação levantou suspeitas de tentativa de fuga.
O embarque de Flávio ocorreu no voo TP58, que partiu de Brasília às 17h10 com destino a Lisboa, onde ele desembarcou na sexta-feira (18). A assessoria do parlamentar afirmou que ele está em recesso, mas não revelou o itinerário ou o objetivo da viagem.
O deputado federal André Janones (Avante-MG) acusou Flávio de ter deixado o país para evitar uma eventual prisão. “Mais um covarde foge como um rato para não ser preso!”, escreveu nas redes. Janones sugeriu que o senador teria “entrado em desespero” ao saber da ofensiva judicial contra o núcleo bolsonarista.

Em resposta, Flávio Bolsonaro ironizou os críticos. Usando o X (antigo Twitter), ele escreveu: “Já que me deram o trabalho de vir aqui dizer que esses ZORATES são dois ALDRABÕES, vou dar trabalho pra vocês também! Vão pesquisar no Google o que é ‘zorate’ e ‘aldrabão’ e respondam aqui nos comentários, por obséquio”. O tom de deboche foi mantido mesmo após a operação, quando ele publicou nova mensagem de apoio ao pai: “Fica firme, pai, não vão nos calar!”.
Já que me deram o trabalho de vir aqui dizer que esses ZORATES são dois ALDRABÕES, vou dar trabalho pra vocês também!
Vão pesquisar no Google o que é “zorate” e “aldrabão” e respondam aqui nos comentários, por obséquio: pic.twitter.com/LpVLhFWuvW— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) July 19, 2025
Enquanto Flávio circula pela Europa, Eduardo Bolsonaro permanece nos Estados Unidos, onde intensificou sua agenda com parlamentares republicanos. Eduardo já afirmou que não pretende retornar ao Brasil “até que a liberdade volte a existir” e vem denunciando o que chama de “ditadura disfarçada de democracia”. Além disso, tem criticado diretamente o ministro Alexandre de Moraes, relator dos principais inquéritos contra o ex-presidente.
A operação da Polícia Federal resultou na imposição de medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de contato com investigados, inclusive Eduardo. Também foi proibido o uso de redes sociais e o recebimento de diplomatas. A PF ainda apreendeu documentos, dólares e um pen drive na residência do ex-presidente.
A movimentação dos filhos de Bolsonaro no exterior ocorre em um contexto de crescente pressão jurídica sobre o bolsonarismo. Além das investigações no Brasil, os vínculos internacionais dos filhos de Bolsonaro levantam suspeitas sobre possíveis articulações para escapar da Justiça brasileira ou buscar respaldo político fora do país.