O senador Flávio Bolsonaro (PL-SP), pré-candidato à presidência, visitou seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, na manhã desta terça (16). O encontro, que durou cerca de 30 minutos, ocorreu antes da visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Flávio, que tem se posicionado como porta-voz político do pai, falou com a imprensa sobre temas como o PL da Dosimetria e disse que o ex-presidente aceitou que o projeto ficasse restrito a somente os golpistas que invadiram a Praça dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023. Segundo o senador, Bolsonaro “aguenta o tranco”.
“Jair Bolsonaro já havia dado a sua diretriz de que nós aceitássemos a redação, independente de qual fosse. Só de colocar pessoas como a Débora do Batom em casa, próximas de suas famílias, ainda que numa semiliberdade, ele já se sentiria menos triste aqui dentro. Isso já ajudaria ele a aguentar o tranco por mais um tempo, até que essa situação toda se reverta e a justiça seja restabelecida”, afirmou.
Ele disse que o texto passará por mudanças no Senado Federal para não beneficiar “marginais perigosos” e que o pai teve uma reação positiva. “Ele mostrou mais uma vez que coloca o interesse do Brasil e de outras pessoas inocentes à frente do próprio interesse político. Mesmo preso, ele continua pensando no país e em quem sofreu injustiça”, prosseguiu.
O senador também disse que o pai “estava bem, sem soluços e mais animado”. “O Jair Bolsonaro que eu conheço, que passa tranquilidade e segurança, está sendo um gigante aqui dentro”, afirmou o filho. Mesmo assim, ele disse que médicos identificaram duas hérnias e acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de retardar uma autorização para uma cirurgia.
“O médico pediu a cirurgia e, por incrível que pareça, há uma desconfiança até da palavra do médico. Pediram perícia, fizeram exame de imagem e descobriram outra hérnia. É uma emergência real, para evitar uma cirurgia muito mais agressiva depois”, disse o parlamentar.
Flávio ainda disse que Alexandre de Moraes, ministro do STF e relator do processo que condenou Bolsonaro, quer “matar” seu pai. “O que parece é que querem matar o Bolsonaro aqui onde ele está. É um risco de saúde real, grave. Eu peço que volte o bom senso, que se pare de menosprezar a necessidade de cuidar da saúde dele”, completou.
Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão após sua condenação no processo sobre a trama golpista. A defesa do ex-presidente busca viabilizar a cirurgia, que foi adiada por questões judiciais, e que, segundo os advogados, é urgente para evitar complicações mais graves em sua saúde.
A visita de Flávio ocorre em meio a uma disputa interna no bolsonarismo, com sua pré-candidatura gerando resistência, principalmente entre os aliados de Michelle Bolsonaro.