Flávio diz que queda da Magnitsky é “gesto” de Trump pela anistia de Bolsonaro

Atualizado em 12 de dezembro de 2025 às 20:44
O senador Flávio Bolsonaro. Foto: Divulgação

O senador Flávio Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (12) que a retirada das sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes representa, em suas palavras, “um gesto gigantesco (dos Estados Unidos) pela anistia no Brasil”. O parlamentar disse que sua avaliação sobre o tema é simples e citou a retirada da Magnitsky como ação inicial do governo Trump.

Flávio também citou o projeto de dosimetria previsto para votação no Senado na próxima semana. Ele disse que a proposta não se trata de anistia, mas afirmou que existe “oportunidade de melhorar o texto”. Segundo o senador, o gesto dos Estados Unidos corresponde a um movimento inicial. A retirada das sanções ocorreu após meses de diálogos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, além de conversas entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio.

O senador disse não haver dúvida de que o movimento seguinte de Trump será, retirar 100% das sobretaxas dos nossos produtos brasileiros que são exportados para os EUA. As sobretaxas foram impostas em julho, no mesmo dia em que Moraes entrou na lista de sancionados pela Lei Magnitsky, em decisão que também teve impacto direto sobre operações financeiras do ministro no Brasil.

Flávio declarou ter recebido a notícia “com muita felicidade” e defendeu que o tema avance internamente. Ele afirmou: “Esperamos que não existam vaidades, esperamos que exista responsabilidade, para que possamos resolver os nossos próprios problemas aqui no Brasil”. O senador acrescentou ainda o desejo de “começar finalmente a retomar alguma normalidade institucional e democrática em nosso país”.

A retirada das sanções ocorreu após a aproximação entre os governos de Lula e Trump. O Brasil vinha defendendo o fim das restrições durante as conversas bilaterais, enquanto os efeitos da inclusão de Moraes na lista atingiam cartões de crédito e bens sujeitos a controle americano. Em setembro, a esposa do ministro, Viviane Barci, e a empresa Lex também haviam sido adicionadas pelo governo dos Estados Unidos.

A exclusão de Moraes e Viviane Barci da lista foi anunciada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros nesta sexta-feira. O comunicado não detalhou a motivação da reversão, que encerra a aplicação das restrições da Lei Magnitsky, usada para impor penalidades econômicas de alcance extraterritorial.