Flávio surge como “solução bolsonarista” para conter planos de Eduardo; entenda

Atualizado em 5 de outubro de 2025 às 7:28
O senador Flávio Bolsonaro. Foto: Divulgação

Aliados de Jair Bolsonaro encomendarem um levantamento sobre o desempenho dos presidenciáveis nas redes sociais em setembro, mês considerado difícil para o campo bolsonarista. O resultado surpreendeu: Flávio Bolsonaro teve engajamento superior ao de outros nomes da direita e chegou a quase empatar com Lula. Com informações de Lauro Jardim, em O Globo.

O desempenho do senador reacendeu articulações dentro do PL sobre uma possível chapa presidencial com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, na cabeça e Flávio como vice. Segundo interlocutores, a ideia ganhou força como forma de conter o ímpeto de Eduardo, que vive nos EUA desde março e já avisou que só abriria mão de concorrer ao Planalto em favor de um de seus irmãos.

A presença de Flávio ao lado de Tarcísio seria vista como uma maneira de acomodar interesses internos, manter a influência da família e pacificar o grupo bolsonarista. Nos bastidores, caciques do PL avaliam que Eduardo não teria fôlego para enfrentar o irmão em uma disputa direta.

Mesmo à distância, o deputado tem feito sinalizações de que pretende disputar a Presidência, ainda que precise mudar de partido, caso o PL feche apoio a Tarcísio. A entrada de Flávio na chapa, portanto, é vista como a única forma de atrair Eduardo de volta ao núcleo político da família.

Eduardo, no entanto, continua resistente. Pessoas próximas afirmam que ele rejeita até mesmo a possibilidade de uma chapa entre Tarcísio e Michelle Bolsonaro, por considerar que apenas um homem do clã teria legitimidade para representar o legado político do pai.

Michelle Bolsonaro e o governador de SP, Tarcísio. Foto: Divulgação

Ele reconhece o governador como um nome da direita, mas acredita que a ausência de um Bolsonaro na disputa presidencial enfraqueceria o grupo diante do eleitorado mais fiel. Além da questão familiar, a eventual aliança Tarcísio-Flávio teria desdobramentos eleitorais em estados estratégicos.

No Rio de Janeiro, a candidatura de Flávio a vice abriria espaço para que o vereador Carlos Bolsonaro concorresse ao Senado. Com isso, ele desistiria da ideia de disputar por Santa Catarina, abrindo caminho para que o PL lançasse outros nomes no estado, onde há disputa interna por espaço.

Dirigentes bolsonaristas enxergam essa composição como uma forma de reorganizar o partido em regiões onde há sobreposição de projetos. A inclusão de Flávio na chapa nacional também ajudaria a fortalecer a imagem de unidade, uma preocupação recorrente desde o afastamento de Eduardo do Brasil e as tensões entre alas ligadas ao ex-presidente.

Apesar do entusiasmo de parte da base, as conversas ainda estão em fase inicial e enfrentam a resistência do próprio Jair Bolsonaro. O ex-presidente teria pedido para suspender as articulações em torno do nome de Tarcísio, alegando que o momento não é politicamente favorável.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.