Flopou: evento com bolsonaristas negacionistas do racismo é cancelado

Atualizado em 15 de julho de 2022 às 21:38
Evento negacionista do racismo foi cancelado

O congresso “Minha Cor é o Brasil”, que aconteceria neste sábado (16) em bairro nobre de São Paulo, foi cancelado na véspera. Em comunicado oficial, o site do evento, organizado por lideranças bolsonaristas, cita “motivos de força maior” e informa que o ato será remarcado.

A convenção contaria com figuras polêmicas entre os palestrantes, como o ex-presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo (PL-SP), que faria uma apresentação intitulada “Vitimismo e Racismo Negro”.

Na quinta-feira (14), o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ) publicou em sua conta no Twitter uma nota informando que o evento deixaria de acontecer. O mesmo anúncio foi compartilhado por Camargo na rede.

 

Participariam também figuras como o ex-senador e pastor evangélico Magno Malta, além do desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Paulo Rangel.

O único branco que faria uma apresentação no evento seria o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), trineto da princesa Isabel e defensor da volta da monarquia no país. Ele ia dar uma palestra sobre “a importância da família real na abolição da escravatura”.

Em 2019, durante uma sessão na Câmara em homenagem aos 131 anos da Lei Áurea, o parlamentar foi acusado de relativizar o período escravocrata do país ao dizer que a escravidão “é um aspecto da natureza humana”.

Essas são algumas das figuras que falariam sobre as maravilhas do Brasil, o país que acabou com o racismo, segundo os bolsonaristas.

Os apoiadores do presidente não quiseram falar, mas o verdadeiro motivo para o cancelamento do evento deve ter sido a falta de quórum.