Fogo no parquinho: Flávio vai à prisão para implorar que Bolsonaro “segure” Michelle

Atualizado em 2 de dezembro de 2025 às 9:56
Carlos, Michelle, Renan, Flávio e Jair Bolsonaro durante ato pela anistia aos réus do 8 de janeiro na Avenida Paulista, em São Paulo. Foto: Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) irá à prisão nesta terça-feira (2) pedir a Jair Bolsonaro que “segure” Michelle e faça a ex-primeira-dama recuar dos ataques que fez à aliança do PL com Ciro Gomes no Ceará, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.

O conflito explodiu no fim de semana, quando Michelle, durante o lançamento da pré-candidatura de Eduardo Girão (Novo), criticou duramente o movimento de aproximação com Ciro Gomes.

No palco, diante de aliados, ela afirmou: “É sobre essa aliança que vocês precipitaram a fazer. Fazer aliança com o homem que é contra o maior líder da direita, isso não dá. A pessoa continua falando que a família é de ladrão, é de bandido. Compara o presidente Bolsonaro a ladrão de galinha. Então, não tem como.”

A fala irritou Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. A cúpula do partido considerou a postura “autoritária” e viu a declaração como um ataque direto à articulação conduzida pelo deputado André Fernandes.

PL reage e prepara “enquadramento”

Depois da visita de Flávio ao pai na Superintendência da Polícia Federal, o PL fará uma reunião para — nas palavras de integrantes da sigla — “enquadrar” Michelle. A orientação será reforçar que o cargo de presidente do PL Mulher é subordinado à Executiva Nacional e que decisões políticas estratégicas passam por Jair Bolsonaro.

O objetivo é que, quando Michelle visitar o marido na quinta-feira, ele próprio peça que ela recue. Mas dirigentes admitem que a tarefa não será simples. Após o episódio, Michelle divulgou nota reafirmando sua posição e afirmando que “jamais poderia concordar em ceder o meu apoio a um homem que causou tanto mal ao meu marido e à minha família”.

Bastidores revelam desgaste crescente

Entre aliados de Valdemar, há ceticismo sobre qualquer recuo. Um integrante da cúpula do PL afirma que Michelle “não entende que ela é uma funcionária do partido e do Valdemar” e acrescenta que “nem o Bolsonaro fala assim”.

Segundo outro dirigente, “o PL nacional está do lado do André Fernandes e de saco cheio das maluquices dela”.