“Foi deselegante e até desrespeitoso”, diz Caiado em novo ataque a Bolsonaro

Atualizado em 28 de outubro de 2024 às 12:07
Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado: eles trocaram diversas farpas durante a campanha eleitoral. Foto: reprodução

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), classificou como “deselegantes” as atitudes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o período eleitoral. As declarações ocorreram no domingo (27), em entrevista após a vitória de Sandro Mabel (União Brasil) para prefeito de Goiânia, eleito com o apoio de Caiado.

“Não sou homem de fechar a porta para ninguém. O Bolsonaro foi extremamente deselegante, até desrespeitoso, mas acho que, com a idade, e eu tenho uns anos a mais, vou poder transmitir a ele como é comandar um processo, como é respeitar as lideranças de cada um dos estados,” afirmou o governador.

Caiado ressaltou que sua forma de fazer política saiu vitoriosa. “Sou o único governador que ganhou a eleição no primeiro turno. Ganhei a eleição do prefeito da capital e de toda a região metropolitana. Isso mostra que quem acertou na maneira de fazer política fui eu,” respondeu ao ser questionado sobre sua posição em relação a Bolsonaro.

“Isso não se faz da maneira que fizeram aqui em Goiânia. Se faz sim é com respeito, é com respeito às pessoas que realmente têm prestígio nos seus estados. Em cada estado, o seu líder tem que ser reconhecido. Eu continuarei e vou trabalhar muito para mostrar a essas pessoas e a esses que se acham donos da verdade e dos votos que não é assim que se governa, não é assim que se ganha eleição,” disse.

Em Goiânia, Bolsonaro e Caiado fazem últimos esforços em disputa marcada por ataques e racha na direita
De um lado, Caiado e seu aliado Sandro Mabel (União); de outro, Bolsonaro e seu candidato Fred Rodrigues (PL). Foto: reprodução

Durante a campanha de 2024, Bolsonaro visitou Goiânia duas vezes, usando retórica comum ao seu governo, com críticas à vacina e provocações a Caiado. Vale destacar também que os candidatos apoiados pelos dois travaram uma guerra direta pela prefeitura.

Na primeira visita, ele chamou Caiado de “covarde” em referência à pandemia da Covid-19. “Nós, na pandemia, fizemos o que tinha de ser feito. Fui contra governadores que falavam: ‘Fiquem em casa, a economia a gente vê depois’. Governador covarde. Governador covarde,” destacou na época.

Na segunda visita, após o primeiro turno, Bolsonaro voltou a criticar Caiado, chamando-o de “rosnador”: “O União Brasil, aqui do chefe, do rosnador, tem ministério do PT. Quem está com o PT não tem moral para falar nada.”

Além disso, no último domingo, Bolsonaro esteve em Goiânia para apoiar o candidato derrotado Fred Rodrigues (PL) e, ao ser questionado sobre a disputa entre bolsonarismo e caiadismo, negou a existência de uma rivalidade. “Desconheço o caiadismo. Bolsonarismo é no Brasil todo. Caiadismo é só em Goiás,” argumentou o ex-capitão.