O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, foi um dos 33 alvos da Operação “Tempus Veritatis”, – do latim, “HORA DA VERDADE”, – como sendo integrante do núcleo jurídico no “Assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado”.
Ou seja, o padre José Eduardo é um golpista. Sua postura nos últimos anos é muito mais de um militante da Extrema Direita do que de um sacerdote católico. Sua visão, estereotipada e pessoal de mundo, está acima da Doutrina Católica, acima da orientação histórica e deste momento da Igreja particular de Osasco e, principalmente, ficou acima do Evangelho.
Padre José Eduardo se perdeu no personagem que criou e que ficou maior que ele. O extremismo o alçou ao patamar de liderança religiosa que jamais teria alcançado nas comunidades da periferia da Diocese de Osasco. O poder trazido pela celebridade o inebriou. Foi dominado pela fama dos likes e seguidores da internet e se submeteu ao esquema da quadrilha que tramava um golpe contra a democracia brasileira. Preferiu se submeter a Bolsonaro, abrindo mão de ser sacerdote de suas comunidades. Traiu o povo que despertou sua vocação para ser parte de uma trama que deixaria muitos dos leigos e mesmo colegas de sacerdócio em risco de vida.
O que este padre defendia era uma ditadura. Essa conversa amarela de que ocupava um lugar de escuta e partilha da fé é a mais cruel face de um covarde que diante da hora da verdade, se protege na caricatura de um sacerdote, mas nas salas fechadas do bolsonarismo, tramava o expurgo daqueles que, como eu, e tantos outros, se posicionava contra a morte trazida pelo governante que ele passou a admirar mais que a seu bispo. Nem falo do Papa Francisco, pois a este, sua linha ideológica o trata como sendo um inimigo de sua fé.
Quem conhece Padre José Eduardo de perto sabe de sua limitação teológica. Assim, se apega a nomes esporádicos de ideólogos da extrema direita mundial e local, pinçando palavras que, aos olhos dos incautos, parecem ser de uma grande sabedoria. Para chegar a fama, permitiu, através de sua condição de padre que topa ser usado para disseminar doutrinas religiosas da idade média como se fossem temas religiosos deste momento histórico da Igreja.
A grande diferença desta gente com relação aos progressistas católicos é que não buscamos o rompimento com a fé católica em razão do Papa de plantão ser distante de nosso posicionamento ideológico. São João Paulo II e Bento XVI eram expoentes de uma doutrina católica mais próxima das perspectivas políticas do conservadorismo católico e nem por isso, nós que somos, ligados à Teologia da Libertação propúnhamos o rompimento e o cisma com a Igreja. Respeitamos e participamos da vida comunitária, rezamos com verdade no coração por nossos Papas e temos comunhão com a Igreja de Roma.
É muito claro para todos nós, progressistas, que o sucessor de Pedro tem a legitimidade dos apóstolos. É muito claro para nós perceber que o Bispo de cada Igreja Particular, de cada uma das Dioceses e Prelazias deve ser respeitado como sendo o representante legítimo do Papa em nossas comunidades e a eles devemos respeito e obediência religiosa, por mais que possamos também discordar de seus pontos de vista no que se refere ao mundo secular (mundo social). Mas não podemos propor rompimento e acusar de ser impostor como essa gente não assume, mas diz continuamente, contra o Papa Francisco.
É muito claro para nós que o Concílio Vaticano II é a orientação doutrinária de última instância conciliar da Igreja Católica Romana e que o Papa atual é Francisco. Também, nós progressistas, defendemos que o Magistério da Igreja Católica é o tutor da fé Católica que tem em seu bojo, entre outras, a concepção belíssima da Doutrina Social da Igreja como parâmetro da ação dos cristãos no mundo. O pecado social é tão ou mais perverso do que os pecados individuais.
Nós progressistas cristãos, defendemos a democracia como forma de governo e a auto determinação dos povos como parâmetro para a escolha de seus governantes, porque entendemos que o sistema capitalista é manipulador e anti democrático em razão de sua natureza, pois privilegia os ricos em detrimento dos pobres e usa o poder financeiro para destruir governos e povos que discordem da ditadura financista global que limita e impede o desenvolvimento dos países pobres.
Mas quando alguém é contrário as nossas ideias, não os tratamos como inimigos que devam ser calados e mortos por nossos governos. A lei deve ser cumprida contra todos aqueles que atentem contra a democracia e que seja garantidos aos acusados de qualquer crime, absoluto e irrestrito direito à defesa, que tenham um juiz imparcial que os julgue e um ministério publico que promova a justiça e não os holofotes da mídia e das redes sociais.
A Doutrina Social da Igreja, ao contrário do que dizem alguns destes sacerdotes que parecem viver no século XII, não é comunista não senhor senhores padres da extrema direita. A doutrina Social da Igreja é a flor e o fruto brotadas diretamente do mais profundo entendimento do Evangelho e reconhecidas pela sabedoria dos Cardeais, Arcebispos, Padres e LEIGOS E LEIGAS no decorrer do tempo histórico.
Quem não reconhece a beleza e essa Luz que nasce do mais profundo âmago do catolicismo é que está fora da comunhão com a Igreja.
A última vez que tive paciência para ouvir trechos das falas de Padre José Eduardo em recortes que nos deixam atônitos, o mesmo falava sobre sua certeza e suas orações de que Deus iria agir para derrotar os perversos que manipularam as eleições presidenciais de 2022. E não é que Deus atendeu a oração dele! E nem precisou usar anjos para a tarefa. Bastou a Polícia Federal para dar conta da situação. Ele pregava sobre o poder da oração. Tenho que reconhecer. Nesse ponto, ele teve razão.
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