No debate para a prefeitura de São Paulo, realizado na tarde desta sexta-feira (23) pelo SBT, em parceria com o UOL e a Folha, quem acabou ganhando foram os moradores de Campos do Jordão. A cidade finalmente terá de volta a área de 400 metros quadrados que o tucano João Doria incorporou ilegalmente à sua mansão.
Doria havia sido condenado a devolver o terreno à prefeitura de Campos, mas insistia em manter a posse da área, até esta quinta-feira, quando a Juíza Denise Vieira Moreira, da 1° vara da comarca de Campos de Jordão, ordenou a devolução do terreno.
O processo que corre na justiça há 20 teve um final feliz para os moradores quando o tucano respondia a uma pergunta sobre os motivos de ter deixado de lado em seu programa de TV a propaganda do Corujão da Saúde, que é a utilização de instalações de espaços da rede particular de saúde durante a madrugada para diminuir a fila do setor público.
Doria reafirmou que, se eleito, vai criar o Corujão e aproveitou para responder à candidata do PSOL, Luiza Erundina, sobre a ocupação irregular na cidade serrana.
“Já mandei devolver o terreno”, anunciou, constrangido, sem mencionar que estava atendendo uma decisão judicial.
Líder nas pesquisas, o tucano foi atacado também pelo deputado Major Olímpio, candidato pelo Solidariedade.
Citando escândalos de corrupção no Metro e na merenda escolar, Olímpio perguntou se as práticas adotadas pelo Governo do Estado serviriam de modelo na sua eventual gestão na prefeitura.
Doria respondeu culpando o PT.
“O PSDB não promove a corrupção”, disse. “O PSDB apura e pune os culpados. Formação de carteis e corrupção é especialidade do partido do prefeito Fernando Haddad”.
Marta também teve de enfrentar saias-justas em pelos menos três oportunidades. Na primeira quando teve de explicar seu voto favorável à emenda constitucional do governo Temer que institui um teto para os gastos públicos por um período de 20 anos, congelando investimentos em educação e saúde.
Depois a candidata do PMDB se enrolou para justificar os motivos de esconder o neo aliado Michel Temer da sua propaganda eleitoral e por fim quando foi lembrada que Serra, Andrea Matarazzo (candidato a vice na sua chapa) e o ex-prefeito Gilberto Kassab acusaram a sua gestão de “quebrar” a cidade entre 2005 e 2008.
Celso Russomanno manteve a sua postura de personagem do humorístico “A Praça é Nossa” – aquele bobalhudo que fala, fala e fala e ninguém entende patavinas.
Os analistas políticos, ao final do encontro, disseram que ele não ganhou e nem perdeu. Saiu com ar vitorioso, portanto.
Fernando Haddad manteve sua estratégia de tentar convencer os eleitores de que a cidade está no rumo certo e que é preciso dar tempo para que as coisas se ajustem.
Como Russomanno, saiu do encontro como entrou: se não perdeu, também não ganhou nada.
Se há um vencedor no debate está é a ex-prefeita Luiza Erundina.
Agressiva no ponto certo com Doria, firme na defesa do seu legado público (“sou política e boto fé na política”), ofereceu boas ideias para temas como transporte, saúde, educação, gestão e orçamento.
Num encontro em que, mais que ganhar, a orientação dos candidatos era não perder, com exceção de Doria e Marta, todos saíram no zero a zero.
A sete dias da eleição, o quadro é de incerteza. Nenhum resultado me surpreende em dois de outubro.
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