“Foi o Lula que aposentou minha mãe”: o 30M de um morador de rua. Por Larissa Bernardes

Atualizado em 31 de maio de 2019 às 7:20
Antonio de Oliveira descansa ao lado do cartaz “Lula Livre” (Foto: Larissa Bernardes/DCM)

Neste 30 de maio, cidades de todo o país receberam atos contra os cortes na educação promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro.

Em São Paulo, a manifestação teve início no Largo da Batata, em Pinheiros, na Zona Oeste, e foi em passeata até a Avenida Paulista.

Diferentemente do ato do dia 15, este contou com muitas reivindicações também contra a reforma da Previdência e pedidos por Lula Livre.

O DCM esteve presente e conversou com alguns dos manifestantes.

Para a educadora e contadora Dora Lima, a pauta da libertação do ex-presidente Lula representa também a luta pela educação.

A educadora Dora Lima (Foto: Larissa Bernardes/DCM)

“Sem Lula livre não há democracia, porque Lula está preso injustamente. Li o processo dele inteiro e, juridicamente, não existem provas que justificam a prisão”, afirma.

“Então, estar aqui hoje, é, além de defender Lula, é defender a democracia. A educação está dentro do processo democrático brasileiro e Lula estar preso vai contra isso”, conclui Dora.

“Tem que lutar contra a pauta da Previdência porque a juventude não vai conseguir se aposentar, então temos que juntar todo mundo para poder lutar contra”, diz a professora Lúcia.

A professora Lúcia levou a filha para protestar (Foto: Larissa Bernardes/DCM)

Enquanto integrantes de movimentos sociais penduravam um cartaz pedindo a libertação de Lula, Antonio de Oliveira, rapaz em situação de rua, dizia, orgulhoso, “foi graças ao Lula que minha mãe se aposentou”.

Antonio conversa com integrantes do Comitê Lula Livre (Foto: Larissa Bernardes/DCM)

Questionado sobre a declaração, Antonio, meio embriagado, contou um pouco de sua história:

Eu sou de Piripiri, no Piauí. Minha mãe, Maria do Rosário de Oliveira, vivia necessidade financeira morando no interior.

Infelizmente, ela já estava na idade de se aposentar. O Lula era presidente do Brasil nesta época e tivemos a possibilidade deste apoio, de ele aposentar ela [sic]. Hoje em dia, ela está aposentada e tranquila.

Então, o que eu vou fazer? Eu voto no PT. Eu vou até a Lua pelo PT porque eu amo minha mãe.

Como é que eu vou apoiar outros governantes que estão aí roubando o Brasil? Apoiar esse Temer do caralho [sic]? Eu sou Lula, Lula, Lula lá.

“Eu estou na rua hoje, espero que depois esteja melhor”, limitou-se a dizer sobre sua atual situação.

Sobre Bolsonaro, Antonio se mostrou desconfiado: “Eu não tenho nada a ver com esse Bolsonaro, mas me parece ele que não está muito nos trilhos, não”.

O piauiense Antonio de Oliveira (Foto: Larissa Bernardes/DCM)

Por volta das 19h00 o cortejo começou a andar em direção a Avenida Paulista. Professores, estudantes e militantes unidos contra os retrocessos causados pela extrema-direita.

Veja mais algumas fotos do ato:

Mestre Moa foi lembrado (Foto: Larissa Bernardes/DCM)
Largo da Batata lotado (Foto: Sthefane Mattos)
“Lula” esteve por lá (Foto: Larissa Bernardes/DCM)
Cartaz sobre o golpe de 2016 (Foto: Sthefane Mattos)
Casal foi defender seu IF (Foto: Larissa Bernardes/DCM)
“O Brasil se UNE pela educação” (Foto: Sthefane Mattos)
Bloco da Unifesp (Foto: Larissa Bernardes/DCM)
Passeata seguiu até a Avenida Paulista (Foto: Sthefane Mattos)