Folha admite que pensa “igual a Bolsonaro”

Atualizado em 20 de dezembro de 2023 às 10:15
Matéria compartilhada pela Folha no X, antigo Twitter. Foto: reprodução

Ao divulgar um editorial nesta quarta-feira (20) no X, antigo Twitter, a Folha de S.Paulo admitiu que pensa “igual a Bolsonaro”.

No texto, o jornal comparou escolhas do presidente Lula (PT) com as do ex-capitão e disse que o petista “aprendeu” com ele ao escolher um procurador-geral da República de quem espera lealdade, em vez de independência.

É um lixo demagógico e mentiroso, que reduz os descalabros da Lava Jato a “um grupo de procuradores” que “desbaratou esquemas milionários de desvio de dinheiro público em gestões petistas, mas, movido por um ativismo messiânico incompatível com a República, sacrificou conquistas essenciais ao Estado de Direito”.

A Folha esquece o papel dela ao dar voz e corpo a essa empulhação, plena de denúncias vazias e as mais diversas pilantragens em nome da “luta contra a corrupção”, com a licença de um bêbado irresponsável chamado Rodrigo Janot:

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aprendeu com Jair Bolsonaro (PL) e escolheu um procurador-geral da República de quem espera lealdade, em vez de independência.

Paulo Gonet, que assumiu o cargo depois de aprovado pelo Senado, não foi escolhido a partir da lista tríplice da instituição que comandará, ao contrário dos indicados por Lula em seus primeiros governos. É nesse contexto que devem ser observados os discursos do presidente e do novo procurador. (…)

Lula parece mais motivado pela mágoa pessoal e pelo espírito de autoproteção do que por evocar a amplitude do papel constitucional do MPF. Cabe à instituição mais do que a titularidade das ações penais contra políticos, embora não se possa minimizar a importância dessa função. (…)

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Gonet e Lula. Foto: reprodução

Ainda estão frescos na memória os tempos em que todas essas atribuições foram deixadas de lado por Augusto Aras, que assistiu impassível ao descalabro negacionista e às ameaças golpistas que partiam do Planalto sob Bolsonaro.

Não muito antes, um grupo de procuradores desbaratou esquemas milionários de desvio de dinheiro público em gestões petistas, mas, movido por um ativismo messiânico incompatível com a República, sacrificou conquistas essenciais ao Estado de Direito.

Mesmo que Lula espere dele fidelidade, Gonet tem a oportunidade de devolver à PGR o equilíbrio que se perdeu nos últimos anos. Entre a omissão e os exageros, entre a subordinação ao presidente e a ojeriza persecutória, abre-se uma larga faixa em que os procuradores podem exercer seu papel com independência, em benefício não de um partido, mas da sociedade.

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