Folha briga com um subalterno do Planalto. Por Moisés Mendes

Atualizado em 3 de dezembro de 2019 às 6:37
Redação da Folha de S.Paulo. Foto: Reprodução/YouTube

Publicado originalmente no blog do autor

A Folha agora participa de bate-boca com o chefe de imprensa de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, que até então ninguém sabia quem era. O nível da briga é de Série C, com muitos adjetivos adornando frases sobre – como diz Wajngarten – “os sólidos pilares da democracia”.

O homem acusa a Folha de ser autoritária e de se unir aos derrotados na eleição, porque só enxerga coisa ruim. A Folha responde que é um jornal sério, que “ilumina problemas” (pobres problemas) e também vê coisas muito boas no bolsonarismo.

E assim a guerra segue. A Folha decidiu brigar com o ajudante do soldado raso, numa guerra que poderia ter dezenas de generais. O governo tem 2.500 oficiais, segundo a própria Folha.

Teremos batalhas meio brancaleônicas, por causa da publicação do editorial da semana passada em que o jornal acusa Bolsonaro de estar fantasiado de imperador.

Daqui a pouco a Folha estará brigando com o jardineiro do Palácio da Alvorada sobre a ameaça da volta do AI-5, o que talvez, por oferecer outra visão do conflito, contribua para elevar o nível do duelo.

Só no Brasil um jornal que se diz o mais importante do país bate boca com um ajudante do ajudante de Bolsonaro e ainda transforma a briga com o subalterno em manchete da sua edição online.

A Folha teve uma queda de qualidade e de postura desde a morte de Otávio Frias Filho. Otavinho só brigava com gente graúda e sempre com aquela fleuma de quem parecia dirigir o New York Times.