
Em editorial publicado neste domingo (17), a Folha de S.Paulo destacou que a ação do governo de Donald Trump de revogar vistos de brasileiros ligados à criação do programa Mais Médicos — sob a alegação de que a iniciativa favorecia “trabalho forçado” de médicos cubanos — é uma “iniciativa patética” dos Estados Unidos.
Confira alguns trechos:
Em mais um capítulo de sua cruzada destrambelhada contra o Brasil, o governo de Donald Trump revogou os vistos de dois brasileiros que participaram da criação do Mais Médicos, embora já não estejam ligados ao programa: Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman.
A canetada autoritária ainda atingiu Alexandre Padilha de forma indireta. Atual ministro da Saúde, ele também comandou a pasta na gestão de Dilma Rousseff (PT), quando o Mais Médicos foi instituído, em 2013. Como seu visto estava vencido, os americanos cancelaram o de sua mulher e o de sua filha, de apenas 10 anos. (…)

Justificativas patéticas como essas evidenciam o caráter arbitrário da decisão americana —celebrada por gente como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), um bufão que se converteu em inimigo do Brasil. (…)
Mas não deixa de ser curioso o arranjo surrealista desse quadro: Trump, que tanto gosta de parecer durão, aceita agir como pit bull dos Bolsonaros, enquanto estes, que tanto posam de nacionalistas, investem todas as fichas em ações destinadas a prejudicar o próprio país.