Folha erra na conta e desinforma leitores sobre distorção da democracia nos EUA

Atualizado em 5 de novembro de 2020 às 7:53
Fachada do prédio em que funciona a redação da Folha no centro de São Paulo (Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)

Originalmente publicado no FACEBOOK

Por Luis Felipe Miguel

O jornalismo tem obrigação de conhecer o valor das palavras.

Eis o que a Folha publica para “explicar” o sistema eleitoral estadunidense: “Cada estado recebe [no colégio eleitoral] um número de votos proporcional à sua população”.

E exemplifica: “A Califórnia, com 39,51 milhões de habitantes, por exemplo, tem direito a 55 representantes. A Dakota do Sul, com 884,6 mil, a 3”.

Basta saber matemática básica para constatar que a população da Califórnia é quase 45 vezes maior do que a de Dakota do Sul, mas ela tem só 18 vezes mais delegados no colégio eleitoral. Cadê a proporcionalidade?

Um dos problemas do sistema estadunidense é a sub-representação dos estados mais populosos no colégio eleitoral. O leitor da Folha que não esteja a fim de fazer umas continhas ficará desinformado.