
A Folha de S. Paulo, que em uma reportagem na quinta-feira (18) acusou o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de ter derrubado uma série de perfis nas redes sociais e ordenado a exclusão de conteúdos com base em pedidos feitos pela Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, órgão supostamente criado por ele em 2022, admitiu o erro e fez uma correção.
Nesta sexta-feira (19), o jornal voltou atrás e corrigiu a informação, com uma errata diminuta publicada no Twitter: “Erramos: a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE foi criada por Edson Fachin, não por Alexandre de Moraes, como afirmado em versão anterior desta reportagem”.
A Folha, no entanto, manteve o título da matéria mentirosa, reforçando a fake news: “Moraes derrubou perfis a pedido de órgão criado e chefiado por ele no TSE, mostra relatório”, diz a manchete da reportagem.
ERRAMOS | A Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE foi criada por Edson Fachin, não por Alexandre de Moraes, como afirmado em versão anterior desta reportagem. https://t.co/LtoJTFFcdf
— Folha de S.Paulo (@folha) April 19, 2024
Moraes tem sido alvo de ataques de Elon Musk e outros indivíduos de extrema direita, que o acusam de praticar censura no Brasil. Especialmente durante a campanha eleitoral de 2022, medidas foram tomadas para remover determinados perfis e postagens das redes sociais visando conter a disseminação de desinformação.
Vale destacar que, após Musk aumentar suas críticas diretamente no X, Moraes determinou a abertura de uma investigação contra o empresário e a imposição de multa diária por eventual reativação de perfil. A Polícia Federal (PF) anunciou a abertura de uma investigação sobre as declarações do bilionário.
Recentemente, o empresário também usou a plataforma para acusar o ministro de “censurar” parlamentares e militantes de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Além disso, sem apresentar evidências, Musk compartilhou postagens do jornalista americano Michael Shellenberger que alegavam violações da liberdade de expressão no Brasil. O dono da rede social afirmou que Moraes “aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso do X no Brasil”.