Publicado originalmente no Blog do Moisés Mendes
Gente que não viu nada de anormal em mais de cinco anos de desmandos da Lava-Jato.
Juristas que se acovardaram diante do poder sem limites de Sergio Moro e de seu ajudante Deltan Dallagnol.
Especialistas nas mais diversas especialidades do Direito, que não deram um pio sobre a destruição das grandes empresas brasileiras pelo lavajatismo.
Todos eles e alguns jornalistas aliados do golpismo investem agora contra o que consideram exageros de Alexandre de Moraes.
São cínicos, muitos deles salvos pela coragem do ministro que atacam.
A Folha de S. Paulo, que também se acovardou em quatro anos de fascismo bolsonarista, tem se dedicado a desqualificar o ministro.
E algumas vezes joga juristas respeitados na mesma vala, como fez nesse domingo.
Em manchete que manteve durante boa parte da manhã na versão online no domingo, a Folha decretou:
“Moraes reforça atuação nos moldes da Lava Jato em casos recentes no STF”
E logo abaixo acrescentou:
“Ampliação da própria competência e prisões alongadas são apontadas como similaridades com Moro”
Faltou a palavra especialistas, que a Folha usa sempre quando pretende atacar alguém, principalmente Moraes.
Mas quem sustenta a manchete? Um longo texto em que só lá pela metade o jornal acrescenta dois juristas, Raul Linhares e Rubens Glezer.
Para tentar segurar o que está na manchete, os dois são convidados a se virar nos trinta.
Foi uma jogada que deprecia a opinião de duas fontes, porque tenta confrontá-los com decisões de um ministro preocupado em identificar os autores de uma tentativa de golpe.
Com exageros? Mas quais exageros? As prisões preventivas, dizem eles, como se estivessem redescobrindo a prima da hermenêutica.
Ficou ruim para o jornal, que se deu conta do erro e retirou a chamada da capa no fim da manhã, e muito chato para os juristas usados pela Folha.
Estamos numa guerra, companheiros. Vamos admitir os mesmos excessos do lavajatismo de Sergio Moro?
Não, não vamos. Mas bater em Alexandre de Moraes porque prendeu golpistas e assim conseguiu provas do golpe?
E compará-lo ao ex-juiz suspeito? Vamos respeitar, se não as próprias consciências, o leitor que se defronta com essas bobagens numa manhã de domingo.
