A campanha do coach Pablo Marçal (PRTB) segue promovendo a criação de vídeos e conteúdos, incluindo a divulgação de materiais políticos do candidato, como mostram vídeos publicados após o início da campanha eleitoral em 16 de agosto, após a Justiça Eleitoral determinar a suspensão de atividades ligadas ao influenciador na plataforma Discord.
Um dos focos da campanha online é a criação de vídeos curtos, chamados de “cortes”, que incluem referências diretas ao candidato. Um exemplo é o campeonato iniciado em 2 de setembro, que premia participantes por vídeos relacionados ao influenciador fitness Renato Cariani, investigado por tráfico de drogas.
No entanto, mesmo em conteúdo que não é diretamente sobre Marçal, como os vídeos sobre Cariani, o candidato é frequentemente citado, o que levanta suspeitas de tentativa de burlar a legislação.
A Justiça Eleitoral proíbe a contratação de pessoas físicas ou jurídicas para realizar publicações de cunho político-eleitoral, permitindo apenas o impulsionamento oficial por partidos e candidatos.
Fernando Neisser, professor de direito eleitoral da FGV-SP, disse à Folha que o comportamento da campanha de Marçal pode configurar uma violação das regras, já que o impulsionamento de conteúdo e a utilização de hashtags como #prefeitomarçal nos vídeos podem ser considerados formas de propaganda eleitoral irregular.
A comunidade “Cortes do Marçal”, com mais de 150 mil membros no Discord, promoveu competições com prêmios em dinheiro, exigindo que os participantes seguissem o candidato em diversas redes sociais, além de incluir hashtags relacionadas à candidatura.
Em um dos vídeos, um usuário identificado como “Ativacional Próspero” publicou um corte com a hashtag #prefeitomarçal, onde Marçal associa sua candidatura à vontade divina, dizendo que Deus irá “prover” durante a campanha.
Após a ação movida pelo PSB, partido da candidata Tabata Amaral, o juiz eleitoral Antonio Maria Patiño Zorz suspendeu os perfis de Marçal em 24 de agosto, apontando abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. A decisão permitiu a criação de novos perfis, desde que não envolvessem monetização por terceiros.
Apesar da suspensão, Marçal argumentou que não remunerou diretamente os criadores de conteúdo, conhecidos como “clipadores”. Ele afirmou que qualquer remuneração recebida pelos participantes é resultado das regras de monetização das plataformas, como o YouTube, que premia conteúdos que atingem um número mínimo de visualizações. No entanto, os regulamentos internos do Discord indicam premiações por metas estabelecidas pela própria campanha.
Desde o anúncio de sua pré-candidatura em maio, Marçal e sua equipe têm utilizado intensamente as redes sociais para impulsionar sua campanha. A comunidade de apoiadores no Discord organizou competições que incluíam a criação de vídeos e a utilização de hashtags relacionadas ao candidato.
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