Foragida, Zambelli cria perfil alternativo para comentar política e atacar Moraes

Atualizado em 16 de julho de 2025 às 6:59
Carla Zambelli, deputada foragida na Itália. Foto: reprodução

Mesmo considerada foragida da Justiça brasileira, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) segue se comunicando com seus seguidores nas redes sociais. Após ter suas contas oficiais suspensas por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Zambelli passou a utilizar um perfil alternativo no Instagram para continuar publicando vídeos, mensagens políticas e críticas ao Judiciário. A conta foi criada em maio de 2025 e, até agora, soma cerca de 4.600 seguidores.

O primeiro conteúdo foi publicado em 13 de junho, cerca de dez dias depois da suspensão de suas redes oficiais, determinada por Moraes no dia 4. Desde então, o perfil vem sendo usado para comentar a situação política do país e manter o engajamento com sua base.

Perfis de Carla Zambelli, com o nome da mãe, seguem suspensos. Foto: reprodução

O foco das publicações tem sido críticas ao STF e, especialmente, ao próprio Moraes. “Olá, pessoal, aqui é Carla Zambelli. Muita coisa tem acontecido no Brasil, não é?”, afirmou em um dos vídeos recentes. Na gravação, ela se referiu às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos como “Taxa Moraes” e disse que “faz muitos anos que o Moraes está brincando de ditador”.

Além dos ataques ao ministro, a deputada também manifestou apoio a aliados. No mesmo vídeo, elogiou a atuação do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), dizendo que o parabenizava “pela coragem de enfrentar certas coisas que nenhum outro presidente teve coragem de enfrentar”.

A bolsonarista também agradeceu o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, pela solidariedade. Mesmo diante do processo que pode levar à cassação de seu mandato na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Zambelli afirma estar confiante e promete continuar ativa politicamente.

Paralelamente ao Instagram, a bolsonarista tem usado a plataforma Substack para divulgar textos com análises sobre sua situação. Nesses conteúdos, ela se refere ao momento atual como um “exílio”, embora a Justiça brasileira a classifique como foragida, após descumprir medidas cautelares e se recusar a entregar o passaporte ao Supremo.

A deputada teve prisão preventiva decretada por Moraes e está na lista vermelha da Interpol. A condenação a 10 anos de prisão foi motivada por sua participação na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ação executada com a ajuda do hacker Walter Delgatti Neto.