“Forças Armadas devem ficar quietinhas em seu canto”, diz Joaquim Barbosa

Atualizado em 7 de julho de 2022 às 9:41
O ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa.
Foto por: Reprodução

O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa foi às redes sociais, nesta quinta-feira (07), para disparar um alerta sobre o risco de golpe militar.

Em uma série de quatro tuites recheados de adjetivos, Barbosa criticou severamente a fala de ontem do ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira, durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.

Se dirigindo ao ministro, Barbosa classificou a “agenda de pressão desabrida e cínica sobre a Justiça Eleitoral” como uma “clara atitude de vassalagem em relação a Bolsonaro”. Ele acrescentou que, ao agir assim, Nogueira sinaliza ao mundo que “o Brasil caminha paulatinamente rumo a um golpe de Estado”.

Eis os tuítes de Joaquim Barbosa:

Convido as pessoas com um mínimo de conhecimento da trágica histórica política brasileira a um exame sereno e lúcido da frase do ministro da Defesa, um general que faz parte do grupo de auxiliares do primeiro escalão do Presidente da República.

Disse o general Paulo Sergio Nogueira: “As Forças Armadas estavam quietinhas em seu canto e foram convidadas pelo TSE…”. Ora, general, as Forças Armadas devem permanecer quietinhas em seu canto, pois não há espaço para elas na direção do processo eleitoral brasileiro. Ponto.

Insistir nessa agenda de pressão desabrida e cínica sobre a Justiça Eleitoral, em clara atitude de vassalagem em relação a Bolsonaro, que é candidato à reeleição, é sinalizar ao mundo que o Brasil caminha paulatinamente rumo a um golpe de Estado. Pense nisso, general.

Um aspecto importantíssimo, que singulariza o Brasil no concerto das democracias, reside precisamente no seguinte: temos um ramo da Justiça, independente, concebido precisamente para subtrair o processo eleitoral ao controle dos políticos. E dos militares de casaca, claro.

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