
O senador Flávio Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, licenciado e foragido nos EUA, onde conspira contra o Brasil, adotam estratégias distintas no bolsonarismo à medida que cresce a indefinição sobre quem será o candidato do grupo à Presidência em 2026.
Considerado o mais moderado da família, Flávio passou a endurecer o discurso contra o STF após críticas internas e tenta manter articulações com o Centrão. Já Eduardo intensificou os ataques ao ministro Alexandre de Moraes e a aliados como Tarcísio de Freitas, desafiando orientações do próprio pai.
A movimentação de Flávio foi interpretada como tentativa de não perder espaço no grupo, num momento em que seu nome passa a ser cogitado como alternativa viável da direita. Ele interrompeu férias na Europa e assinou um novo pedido de impeachment contra Moraes, apesar de manter tom conciliador com figuras como Ciro Nogueira e Antonio Rueda. Dirigentes de partidos do Centrão têm buscado interlocução com o senador, enquanto esperam uma definição do ex-presidente Jair Bolsonaro, que permanece inelegível.
Por outro lado, Eduardo Bolsonaro tem adotado uma postura mais agressiva, mirando inclusive parlamentares próximos ao bolsonarismo. Nas últimas semanas, ele voltou a criticar Tarcísio, o governador de Minas Romeu Zema e até o deputado Nikolas Ferreira. Para aliados, essa escalada tem prejudicado as chances de unificação da direita, além de desgastar a imagem do deputado diante de legendas com peso eleitoral.

A crise interna se agravou com o tarifaço imposto por Donald Trump, que dividiu opiniões no campo bolsonarista. Flávio inicialmente criticou as sanções, mas depois alinhou o discurso ao do irmão, defendendo que o Brasil só negocie com os EUA se houver avanço nas pautas da anistia e do impeachment de Moraes. Apesar disso, tenta manter pontes com setores políticos que desejam uma solução menos radical.
A liderança do PL, incluindo Valdemar Costa Neto e senadores como Carlos Portinho, já avalia Flávio como um nome capaz de viabilizar alianças. O próprio Portinho afirmou que o senador tem papel central na reorganização da direita. Parte da bancada, porém, ainda prefere aguardar um gesto de Bolsonaro sobre quem deve ser o indicado à sucessão.
Enquanto isso, Jair Bolsonaro insiste que continua sendo o candidato, mesmo sendo réu e enfrentando restrições judiciais. A indefinição mantém o cenário em aberto e dificulta a construção de uma candidatura unificada da oposição.