França x Marrocos: um duelo histórico que desperta “vivas emoções” entre os dois países

Atualizado em 14 de dezembro de 2022 às 8:43
Torcedores franceses e marroquinos celebraram em Paris a chegada do Marrocos às semifinais da Copa do Mundo após a vitória sobre Portugal no último sábado. Foto: REUTERS/Benoit Tessier

Nas capas dos principais jornais franceses desta quarta-feira (14), está a expectativa para o duelo entre a França e o Marrocos pelas semifinais da Copa do Mundo. A partida é histórica: os dois países nunca se enfrentaram em um Mundial e essa é a primeira vez que uma equipe africana disputa uma vaga para a final da competição.

“Objetivo: a final”, é a manchete do jornal Le Parisien, que estampa sua capa com uma foto dos jogadores franceses Giroud, Griezmann, Mbappé e Dembélé. Segundo o diário, os “Bleus”, como é chamada a seleção da França, sabem que não enfrentarão apenas o Marrocos nesta noite, mas um continente inteiro, que já celebra a chegada inédita de um time africano a uma semifinal do Mundial.

Le Parisien também destaca que, para os marroquinos, jogar no Catar é como jogar em casa. “Qualquer que seja o vencedor, a equipe de Walid Regragui já é imensa” por sua grandiosa performance que a trouxe até aqui. O Marrocos já ganhou”, sublinha a matéria.

“De Rabat a Lille, de Alger a Marselha”, o fervor de uma semifinal com um sabor particular, diz o jornal Libération. Em editorial, Libé afirma que a partida desta noite despertou “vivas emoções” entre os dois países. “Para os marroquinos, esse é o reconhecimento tardio de uma equiparação diante da antiga colônia”, escreve o editorialista. “Para os franceses com raízes marroquinas, o jogo é também o reflexo de sua dupla cultura, fonte de força e criatividade”, reitera Libération.

O dilema dos franco-marroquinos

“França e Marrocos para a história” é a manchete do jornal La Croix. O diário aborda o dilema de torcedores divididos entre o país do coração e o país de adoção. A reportagem entrevistou marroquinos que vivem na França, outros que têm dupla nacionalidade e outros ainda que nasceram aqui, mas têm origens no Marrocos. Eles relatam o dilema que vivem nesse momento, mas não escondem a euforia de ver os “Leões do Atlas” – como a equipe marroquina é chamada – nesta fase da competição.

O jornal conservador Le Figaro se preocupa com o pós-jogo e afirma que, independentemente do resultado desta noite, “badernas são esperadas”. O diário diz que, “para tentar manter a calma nas ruas”, o Ministério do Interior da França decidiu organizar um dispositivo de segurança imenso, principalmente em Paris, onde 5 mil policiais foram mobilizados. A tensão aumenta com a mobilização de grupos de extrema direita que estão planejando sair às ruas nesta noite, reitera.

Originalmente publicado em RFI

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