Fraude dos kits de robótica: Ex-funcionário do MEC alvo da PF recebeu 14 vezes fornecedor aliado de Lira

Atualizado em 10 de julho de 2023 às 7:25
Alexsander Moreira. (Foto: Reprodução)

Um agora ex-funcionário do MEC (Ministério da Educação), investigado pela Polícia Federal (PF) por suposta participação no esquema fraudulento envolvendo a compra de kits de robótica com dinheiro público, manteve uma série de encontros com o sócio da empresa fornecedora dos equipamentos. Ambos são salvos da corporação e sofreram operações de busca e apreensão no começo do mês passado.

Alexsander Moreira, que esteve lotado no MEC de 2016 até o início de junho deste ano, recebeu 14 vezes Edmundo Catunda, empresário próximo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Catunda é dono da Megalic, a empresa alagoana que tinha contratos com vários municípios para fornecer kits de robótica.

A Megalic é apontada como a principal empresa envolvida no esquema que desviava verba oriunda do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento Estudantil). A companhia possuía diversos contratos com diferentes prefeituras do estado de Goiás. Os kits foram comprados para serem utilizados em escolas da região. No entanto, indícios apontam que houve superfaturamento na aquisição dos equipamentos. Relatórios apontam que os equipamentos foram comprados por cerca de 2.700 pela Megalic e mais tarde vendidos R$ 14 mil à escolas da região alagoana.

O dinheiro que foi destinado à compra dos kits fazia parte de recursos federais, e eram parte bilionária do orçamento da União controlada por Lira.

Arthur Lira ao lado de Luciano Cavalcante. (Foto: Reprodução)

Luciano Cavalcante, ex-assessor do atual presidente da Câmara também é investigado por suposta participação no esquema. A PF encontrou com ele documentos com citações a Lira e uma lista de pagamentos atrelados ao nome de “Arthur”. O documento apreendido relaciona R$ 834 mil em valores pagos em 2022 e 2023. Desse total, em ao menos R$ 650 mil há à frente do valor o nome “Arthur”.

As investigações foram parar no STF (Supremo Tribunal Federal) após a PF encontrar as citações diretas a Lira. O deputado e seu auxiliar negam irregularidades.

Edmundo Catunda e Alexsander Moreira foram procurados, mas não responderam aos questionamentos.

Com relação a Moreira, as autoridades identificaram movimentações financeiras suspeitas de R$ 737 mil, sendo parte do valor depositada em espécie, entre outubro de 2021 e novembro de 2022. Ele também recebeu três depósitos de um homem cuja empresa foi representada por Edmundo Catunda.

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