Frei Chico recebe apoio de centrais sindicais após ter nome vinculado às fraudes no INSS

Atualizado em 28 de abril de 2025 às 20:45
Frei Chico, irmão de Lula. Foto: reprodução

As principais centrais sindicais do Brasil divulgaram nesta segunda-feira (28) uma nota de apoio a José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). Ele, que é irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está envolvido em uma investigação sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A carta foi assinada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).

As entidades sindicais afirmaram estar “estarrecidas” com as denúncias de irregularidades que prejudicam aposentados e pensionistas. No entanto, também criticaram o que classificaram como “distorções no noticiário”, que, segundo elas, têm como objetivo “promover ataques políticos e antissindicais”.

“Apoiamos a ação da Polícia Federal e defendemos o ressarcimento de todos que tiveram parte de seus benefícios surrupiados por organizações de má-fé. Repudiamos, igualmente, o desvirtuamento desse caso, transformado em mais um instrumento de ataque aos trabalhadores e ao governo Lula”, diz trecho do texto.

Centrais criticam politização do caso envolvendo INSS

As centrais sindicais destacaram que Frei Chico está sendo exposto publicamente apenas por seu parentesco com o presidente Lula. Para as entidades, o caso é classificado como “pura politicagem eleitoral, que engana muita gente de boa-fé”.

Filiado ao Sindnapi desde 2008, ele ocupa a vice-presidência da entidade desde o ano passado. Segundo ele, o sindicato não cometeu qualquer irregularidade no processo investigado.

A Operação Sem Desconto, realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), apura um esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. De acordo com a PF, os descontos fraudulentos atingiram R$ 7,99 bilhões, com quase 100% das cobranças consideradas irregulares.

O esquema envolvia Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) entre entidades sindicais e o INSS, que permitiam descontos diretamente na folha de pagamento dos beneficiários. Em muitos casos, os acordos eram realizados sem o conhecimento dos aposentados.

Após a deflagração da operação na quarta-feira, 23, Frei Chico declarou ao jornal Estadão que está tranquilo e defendeu a investigação, além de afirmar que espera que descubram “toda a sacanagem que tem no INSS”.

Defesa do histórico de Frei Chico

As centrais sindicais reforçaram que Frei Chico “jamais utilizou a estrutura sindical ou política em benefício próprio”. Segundo a nota, o sindicalista “sempre viveu de maneira modesta, fiel aos seus ideais”.

As entidades alertaram que a tentativa de focar a investigação em Frei Chico distorce o debate sobre as fraudes no INSS, transformando-o em um ataque político ao governo Lula e ao movimento sindical.

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Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.