Freixo a Haddad: Bolsonaro ter chance em 2022 é o fim da democracia por muitos anos

Atualizado em 17 de setembro de 2020 às 11:24

Publicado na Rede Brasil Atual

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), participou de conversa hoje (15) com o deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ). Em live transmitida pela página de Freixo no Facebook, ele e Haddad conversaram sobre problemas da atualidade e analisaram possibilidades de enfrentamento das crises enfrentadas pelo país sob o governo de Jair Bolsonaro. A necessidade da formação de alianças amplas para enfrentar o autoritarismo e as políticas de desmonte do Estado tomaram parte da conversa. Haddad e Freixo, tidos como capazes de unir de maneira inédita PT e Psol nas duas maiores cidades do país, acabaram abrindo mão de disputar a eleição para as prefeituras de São Paulo e do Rio. E falaram, em tom informal, em dedicação para unir as esquerdas onde for possível.

“Precisamos de um projeto nacional para derrotar o Bolsonaro. Estamos em um lugar onde o medo e o ódio viraram projeto político. Ele quer um Estado teocrático ligado à corrupção. Um projeto perigoso, violento”, disse Freixo. Haddad concordou. E acrescentou que Bolsonaro “é uma pessoa frágil, sem estrutura, sem coluna vertebral. Mas o problema é com quais valores ele dialoga.” Para o ex-prefeito e ex-ministro da Educação, o presidente privilegia a lógica das elites e mostra descaso com o bem-estar das pessoas. “Ele dialoga com o que o Brasil tem de pior. Veja na questão econômica. Não é só o arroz que está aumentando. As pessoas estão comprando menos. O poder aquisitivo das pessoas vai cair por conta do Bolsonaro. E não é passageiro.”

Rio a ser refundado

Freixo disse que situação do Rio de Janeiro é de abandono. “Crivella libera uma coisa, a Justiça fecha. A cidade está um abandono, uma esculhambação. Ele vai concluir o mandato sem ter começado. Um nível de corrupção assustador (…) Crivella faz de tudo para ser o candidato do Bolsonaro.” O deputado afirma que a cidade do Rio é governada pelo crime. “Não tem estado paralelo. O crime está dentro do estado. O rio precisa ser refundado, não precisa de salvador da pátria. Temos que ter um projeto coletivo”, defende Freixo. “O fato é que precisávamos, no Brasil todo – São Paulo, Recife, Porto Alegre –, de ter a capacidade de olhar para o país e ver que precisamos derrotar Bolsonaro em 2022. Se Bolsonaro chegar em 2022 com chance de ser reeleito, este é fim da democracia por muitos anos.”

O deputado afirma que esse é um debate que ainda “teremos de fazer” junto, resignado com o “não deu pra fazer agora, mas teremos que fazer mais pra frente”. Ele se refere ao fato de o Psol estar na disputa com a deputada estadual Renata Souza e o PT, com Benedita da Silva. Em São Paulo, têm Guilherme Boulos e Jilmar Tatto em chapas separadas. “Mas em 2022 vamos ter de fazer.” Haddad diz ver perspectivas: “Acho que a gente vai criar uma marola agora que vai se tornar uma onda forte em 2022.

Live do Freixo com Fernando Haddad sobre o desgoverno Bolsonaro. Acompanhem!

Posted by Marcelo Freixo on Tuesday, September 15, 2020