Freixo erra ao dizer “pauta não pode mais ser Lula livre”. Por Luís Felipe Miguel

Atualizado em 13 de novembro de 2018 às 10:58
Marcelo Freixo. Foto: Reprodução/Twitter

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Creio que Marcelo Freixo comete um erro sério quando diz que “a pauta não pode ser mais ‘Lula livre'”.

Imagino que ele esteja querendo dizer que, depois de tantas derrotas seguidas, a esquerda tem que apresentar um programa que seja mais do que o resgate do lulismo. Eu concordo. Parte destas derrotas se deve à omissão do projeto lulista em trabalhar para mudar a correlação de forças na sociedade. E as condições políticas que permitiram o triunfo do lulismo, a partir de 2002, não existem mais e nada indica que vão se recompor.

Mas o “Lula livre” significa mais do que isso.

Significa, em primeiro lugar, a exigência de julgamento e tratamento justos para um prisioneiro político. É uma exigência ética. Mal comparando: não existia erro de condução política do Congresso Nacional Africano que pudesse justificar o abandono da campanha por “Mandela livre”.

E significa, também, a denúncia mais poderosa do enviesamento com que trabalham as instituições no Brasil, isto é, de nosso descolamento em relação ao Estado de direito.