Frigorífico que lançou carne de helicóptero já enfrentou ação da Justiça por cartaz político

Atualizado em 27 de dezembro de 2025 às 13:10
Frigorífico Goiás. Imagem: reprodução

O Frigorífico Goiás, que recentemente repercutiu ao usar um helicóptero para jogar carne a moradores em Aparecida de Goiânia, já havia sido alvo de decisões judiciais por causa de um cartaz de cunho político exibido em uma de suas unidades. Em setembro deste ano, a Justiça determinou a retirada de uma placa com a frase “Petista aqui não é bem-vindo”. Com informações do G1.

Após a decisão, o estabelecimento alterou o texto para “Ladrão aqui não é bem-vindo. Quem apoia ladrão também não”. Em outubro, o Judiciário voltou a intervir e ordenou novamente a retirada do cartaz, fixando multa diária de R$ 1 mil, limitada a R$ 100 mil, em caso de descumprimento.

A ação foi movida pelo Ministério Público após denúncia do deputado estadual Mauro Rubem (PT), que afirmou que a placa representava “discriminação contra pessoas filiadas ou simpatizantes do Partido dos Trabalhadores”. À época, o empresário Leandro Batista Nóbrega declarou que o frigorífico nunca proibiu a entrada de clientes por motivos políticos, religiosos ou esportivos, e que “todos os clientes são muito bem tratados”. Segundo ele, o cartaz já havia sido retirado antes da decisão judicial.

Antigo anúncio (à esquerda) e novo anúncio (à direita), no Frigorífico Goiás — Foto: Fábio Lima/O Popular | Reprodução/Instagram de Frigorífico Goiás
Antigo anúncio (à esquerda) e novo anúncio (à direita), no Frigorífico Goiás — Foto: Fábio Lima/O Popular

O frigorífico possui quatro unidades em Goiânia e é conhecido por vender carnes estampadas com rostos de figuras políticas, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Argentina, Javier Milei. A empresa voltou ao centro das atenções nesta semana após a divulgação de imagens que mostram um helicóptero lançando kits de carne a moradores em uma área de pasto, em Aparecida de Goiânia.

A ação ocorreu na quarta-feira (24), véspera de Natal, e dividiu opiniões nas redes sociais. Enquanto alguns internautas elogiaram a iniciativa, outros criticaram a forma da distribuição, classificando-a como humilhante. Em nota, a empresa afirmou que a decisão foi tomada por critérios de segurança e responsabilidade e disse que tentou organizar a entrega, inclusive priorizando crianças, mas alegou falta de colaboração de parte dos adultos presentes.

Sofia Carnavalli
Sofia Carnavalli é jornalista formada pela Cásper Líbero e colaboradora do DCM desde 2024.