Fuga de dólares é a maior desde o governo do ditador João Figueiredo. Por Fernando Brito

Atualizado em 23 de setembro de 2020 às 8:16

Originalmente publicado por TIJOLAÇO

Por Fernando Brito

Gabriel Shinohara, André de Souza, Gabriel Martins e Rennan Setti, na edição de hoje de O Globo, que também no trecho em que disse que o Brasil estava registrando “um aumento de ingresso de investimentos [estrangeiros] em comparação com o mesmo período do ano passado”.

O “Minto”, também nisto, manipulou os dados, porque, de fato, houve uma perda de US$ 15,2 bilhões, a maior desde 1982, auge da recessão que nos assolou no governo de João Figueiredo.

O resultado de nossas contas externa só não é pior porque o apetite de compras da China (aliás, começando a arrefecer desde agosto) e a valorização da commodities sustenta um saldo de US$ 32 bilhões na conta comercial (exportações menos importação) ajudou um pouco. Mas a conta financeira, teve o monstruoso déficit de US$ 48,529 bilhões nos oito primeiros meses de 2020, duas vezes e meia maior que o de agosto de 2019, quando o déficit era de US$ 19,747 bilhões.

A Bolsa de Valores é o maior destes ralos, já tendo perdido perto de R$ 84 bilhões este ano, o dobro de tudo o que saiu do mercado acionário brasileiro no ano passado.

O grau de desconfiança sobre Jair Bolsonaro entre os investidores estrangeiros – e não só pela desastrosa condução das questões ambientais – se soma à incerteza das eleições norte-americanas e à certeza de que o acordo Mercosul-União Europeia se inviabilizou.

Quando um país assume a postura de vira-latas, os donos da ração de dinheiro só lhe dão restos. Quando dão alguma coisa, principalmente se o país não lhes oferece juros altos.

(…)