Foto: Reprodução
Além das interferências do governo federal na gestão da Petrobras, agora os funcionários entraram em guerra com a direção estatal. A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) pretende abrir ação na Justiça pedindo o afastamento do novo presidente da empresa, Caio Paes de Andrade, indicado de Jair Bolsonaro (PL). A entidade alega que além da falta de comprovação de experiência técnica para o cargo, há conflitos de interesses, segundo informações do Relatório Reservado.
A ex-mulher de Paes de Andrade, Margot Greenman, é sócia da Captalys, controladora da iDrust, que é gestora do Finanfor, plataforma de operações de crédito para parceiros e fornecedores da petrolífera. O embate entre funcionários e a direção da Petrobras se dá também em outro front. O motivo é a indignação dos colaboradores com a contraproposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) apresentada pela empresa. Segundo informações de líderes sindicais, é grande a possibilidade de uma greve já na primeira quinzena de julho.
Na última quarta-feira (29), em assembleia realizada na entrada do Edifício Senado (Edisen), no Centro do Rio, onde fica a atual sede administrativa da companhia, funcionários rejeitaram o ACT por unanimidade. Também de forma unânime, aprovaram a proposta de estado de greve e assembleia permanente. A paralisação pode ser deflagrada a qualquer momento.
Entre os temas que provocaram insatisfação estão o reajuste salarial médio de 5%, que é apenas metade do IPCA de 2021 (10,06%); o fim da gratificação para trabalhadores de campos terrestres; aumento da contribuição dos empregados para o plano de saúde.
Todos passariam a pagar o mesmo índice, de 50% – hoje, a menor faixa é de 7%. De acordo com o Relatório Reservado, a Petrobras informou que “foi realizada uma reunião no dia 20 entre a companhia e representantes das entidades sindicais”. Segundo a estatal, “neste momento os sindicatos estão realizando as assembleias com os empregados para apreciação e deliberação da proposta apresentada pela companhia.”
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