Fundo de aposentadoria de Lula é de recursos lícitos, mas jornalismo de guerra o criminalizou. Por Joaquim de Carvalho

Atualizado em 21 de julho de 2017 às 7:11
Destruir e reputação do inimigo: este é o princípio do jornalismo de guerra.

A comentarista da TV Globo Mara Luquet, respondendo a uma pergunta sobre a possibilidade de bloqueio de dinheiro da aposentadoria, disse na Globo News que fundo de pensão tem blindagem, não pode ser sequestrado, exceto quando o aporte é feito de uma vez.

Ao que parece, segundo ela, este teria sido o caso da aposentadoria de Lula, que o juiz Sérgio Moro mandou bloquear. Em outras palavras, estão tentando criminalizar a aposentadoria do ex-presidente, que fez o seu plano de aposentadoria com recursos de origem declarada, como mostra Fernando Brito em sua seu blog, o Tijolaço.

Os recursos vieram de empresa que contrataram Lula para palestras, como a Microsoft, as Lojas Americanas e a própria Globo. Não é secredo que Lula, ao deixar a presidência, era um dos palestrantes mais procurados do mundo e cobrava cachê de 200 mil dólares, o mesmo valor do ex-presidente Bill Clinton, dos Estados Unidos.

Não é dinheiro de propina, portanto, está em fundo aberto no Brasil, com recursos declarados e já líquidos do imposto de renda. Mas o que importa? Ao decretar o seu sequestro, para ressarcir futuramente a Petrobras, Sérgio Moro joga para seus aliados, a mídia, e fornece material para manchetes.

A notícia está na primeira página de todos os jornais hoje.

A perseguição a Lula e seus aliados não tem limites. Ontem, a mesma Globo News, ao noticiar a morte de Marco Aurélio Garcia, ex-presidente do PT e ex-ministro, a apresentadora disse que ele ganhou o apelido de Top Top, por conta de uma reação que teve quando a tevê mostrou que era falsa a acusação de responsabilidade do governo federal no acidente da TAM, em 2007.

Marco Aurélio nunca teve esse apelido. Mas o que importa?  É do PT. Então, como mostra o texto lido pela apresentadora, fica claro que o importante para o jornalismo de guerra é enxovalhar. Mesmo depois de morto.