Furacão Melissa atinge categoria 5 e causa caos no Caribe; veja VÍDEOS

Atualizado em 27 de outubro de 2025 às 13:24
Rua intransitável inundada pelas chuvas causadas pela tempestade tropical Melissa em Santo Domingo, República Dominicana, na sexta (24). Foto: Ricardo Hernandez/AP

O furacão Melissa atingiu nesta segunda (27) a categoria 5, o nível máximo na escala Saffir-Simpson, e avança pelo mar do Caribe com ventos de até 260 km/h. O fenômeno, descrito pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) como “extremamente perigoso”, ameaça a Jamaica, Cuba e as Bahamas com chuvas torrenciais, marés de tempestade e inundações catastróficas. Melissa é o furacão mais forte a atingir diretamente o país em décadas.

O NHC informou que o furacão estava a cerca de 205 km ao sul-sudoeste de Kingston e deve tocar o solo jamaicano na madrugada de terça (28). Em seguida, deve seguir para Cuba e alcançar as Bahamas até quarta (29). A Jamaica decretou estado de emergência e iniciou evacuações obrigatórias nas cidades de Kingston e Porto Real. Cerca de 900 abrigos foram abertos e os dois aeroportos internacionais do país foram fechados.

Veja como os ventos têm afetado a costa da Jamaica:

“Muitas dessas comunidades não vão sobreviver a esta enchente. Kingston é extremamente baixa e nenhuma área está imune a inundações”, alertou o vice-presidente do Conselho de Gestão de Riscos de Desastres, Desmond McKenzie. Segundo o governo, algumas regiões podem registrar até um metro de chuva. O NHC também prevê até 40 centímetros de precipitação no Haiti, com risco de deslizamentos de terra e enchentes repentinas.

Autoridades já confirmaram ao menos quatro mortes relacionadas à tempestade, sendo três no Haiti e uma na República Dominicana. Em Cuba, as províncias de Granma, Santiago de Cuba, Guantánamo e Holguín estão sob alerta máximo de furacão, com previsão de até 51 centímetros de chuva. O país se prepara para marés de até quatro metros e evacuações nas áreas costeiras.

Veja os efeitos no Haiti:

Além dos efeitos climáticos, o avanço de Melissa pode afetar a frota militar dos Estados Unidos que opera na região do Caribe sob ordens do presidente Donald Trump. Dezenas de navios e aeronaves estão em patrulha marítima como parte da campanha de pressão contra o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela.

O impacto do furacão é agravado pela vulnerabilidade da região, que enfrenta simultaneamente um terremoto de magnitude 6,5 registrado a leste de Curaçao. O tremor ocorreu a 10 km de profundidade e, segundo o Serviço Geológico dos EUA, não gerou alerta de tsunami, mas contribuiu para o clima de instabilidade nas ilhas caribenhas.

A tempestade também causou estragos severos na República Dominicana, onde mais de 750 casas foram danificadas e cerca de 3.700 pessoas ficaram desalojadas. Escolas e repartições públicas foram fechadas em quatro províncias em alerta vermelho. No Haiti, o furacão destruiu plantações e interrompeu o acesso a dezenas de comunidades, agravando a situação de fome de mais de 5 milhões de pessoas.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) alertou que as enchentes comprometem colheitas e o abastecimento alimentar em um momento crítico. Segundo o diretor do serviço meteorológico jamaicano, Evan Thompson, “Melissa será lembrada como uma das tempestades mais devastadoras da história recente da ilha”.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.