“Furada”: escritora relata perrengue em trilha onde brasileira morreu

Atualizado em 27 de junho de 2025 às 9:08
Letícia Mello subiu ao vulcão Rinjani em junho de 2017 – Foto: Reprodução

O relato da escritora Letícia Mello sobre a trilha do Monte Rinjani, na Indonésia, ganhou repercussão nas redes após a morte da brasileira Juliana Marins durante o mesmo percurso. Letícia fez a trilha em 2017 e classificou a experiência como a “maior furada da minha vida”. Ela afirmou ter se sentido em perigo real pela primeira vez, mesmo já tendo feito outras aventuras pelo mundo.

Segundo a mulher, a agência que vendeu o passeio prometeu facilidade e segurança, mas a realidade foi diferente. No primeiro dia de caminhada, metade do grupo desistiu. A comida oferecida era precária, os guias pouco preparados e a estrutura básica. “Acordamos às 2h da manhã no terceiro dia para chegar ao cume e ver o sol nascer. Mas na noite anterior houve uma tempestade fortíssima e ninguém chegou ao cume”, contou.

A escritora relatou que só percebeu o perigo na descida, quando viu os penhascos dos dois lados do caminho. “Fiquei bem perplexa por termos subido no escuro, sem equipamento, com frio e com guias que, apesar de permanecerem conosco, não tinham preparo”, disse.

A trilha até o cume tem mais de 3.700 metros de altitude e é conhecida pelo terreno arenoso e pelas subidas íngremes.

Relatos semelhantes aparecem em plataformas como o TripAdvisor, onde turistas apontam os desafios do trajeto. Lucas Ramos, de Santa Catarina, disse ter completado a trilha em 15 horas, mas “estava em 100% da minha preparação”.

Juliana Marins, que morreu durante a trilha, contratou uma agência local e um guia, mas, segundo relato da irmã ao Fantástico, foi deixada para trás durante o retorno.

A brasileira Juliana Marins – Foto: Reprodução

O valor médio do passeio varia entre R$ 774 e R$ 2.772, dependendo da agência e da duração do percurso. A maioria dos pacotes inclui guia, barraca, refeições e saco de dormir.

Desde 2024, novas regras foram adotadas. Trilheiros devem apresentar uma carta médica ou passar por exame físico e precisam levar recipientes reutilizáveis para alimentos e água. Além disso, foi estipulado o limite de 220 visitantes por dia. Ainda assim, relatos de viajantes alertam para o preparo físico necessário.